E SE A NOVA SBE SE TORNASSE UM CAMPUS SEM CO2? É ESTA A IDEIA DA BIOS
São vários os esforços que se fazem para reduzir as emissões de CO2 vinda da queima dos combustíveis fósseis. Ccomo isto será uma das grandes lutas deste século, é natural que seja um viveiro de ideias de negócio a curto prazo. Foi precisamente neste meio que nasceu a BIOS, uma startup portuguesa cujo principal objectivo é «reduzir a pegada de CO2 através de uma tecnologia circular» para tentar que, no futuro, as empresas sejam «cada vez mais auto-sustentáveis». Segundo o fundador Michael Parkes, a BIOS está a desenvolver uma tecnologia (com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian) de «utilização e sequestração de dióxido de carbono» que vai permitir a existência de «edifícios de produção negativa de carbono e a produção de alimentos e biomassa como um bioproduto de eficiência energética». De acordo com António Santos, colaborador da BIOS e especialista em construção e gestão de energia, a empresa quer «promover o cultivo de plantas, utilizando fluxos de energia desperdiçados, que reduzam a pegada de CO2» através da tal tecnologia circular. Michael Parkes vai mais além: «Acredito que daqui a dez anos, várias serão as empresas que vão deixar de se preocupar com a origem dos seus alimentos vegetais, pois serão capazes, através de um sistema operacional integrado e sustentável, de cultivá-los nas suas próprias instalações». É isto que a startup quer fazer na Nova SBE de Lisboa, em Carcavelos - foi aqui que a BIOS confirmou o seu primeiro projecto-piloto e onde já trabalha com Luís Veiga Martins (director de sustentabilidade da universidade) na criação de um «roteiro para a promoção do carbon zero em todo o campus», confirma Michael Parkes. Agora, as duas entidades estão «comprometidas» em ter, pelo menos, um edifício ‘zero carbon’ e em produzir os vegetais consumidos nas cantinas, o que vai, desde logo, evitar as emissões dos transportes; além disso, Veiga Martins lembra que isto vai também fazer com que a Nova SBE «ofereça alternativas de alimentos frescos e saudáveis» aos alunos. A ideia é ter, numa primeira fase, «duzentas saladas por dia compostas por vegetais de folhas verdes» já em 2020, acredita Paulo Pereira, o especialista da BIOS em projecto e construção de sistema de agricultura controlada. Pelo menos, uma coisa é certa: estudar numa universidade sustentável pode ser um incentivo para que os próprios alunos desenvolvam projectos nesta área, que também ajudem a fazer crescer estes e outros projectos de descarbonização em Portugal.