HUAWEI MATE Xs
Chegou o novo Mate Xs, o primeiro smartphone dobrável da Huawei a ser vendido fora da China.
Revelado no início do ano passado, o Huawei Mate X acabou por não ser comercializado internacionalmente, devido a algumas limitações do seu design, à semelhança do que aconteceu com o Galaxy Fold da Samsung.
Foi necessária uma revisão profunda para corrigir essas limitações, o que levou a que todo o equipamento fosse melhorado, sendo agora lançado com a designação ‘Xs’. Mantendo o formato de ecrã que se dobra por fora, ou seja, torna-se a estrutura externa do equipamento, a Huawei teve de redesenhar por completo o mecanismo Falcon Wing, que conta agora com mais de cem elementos feitos numa liga metálica à base de zircónio, para conferir uma maior resistência.
Esta solução tem como vantagem o facto de o equipamento dobrar na totalidade, ao contrário do Galaxy Fold que gera uma ligeira folga. Contudo, isto obriga à utilização de um encaixe para manter o ecrã na posição. A utilização do mecanismo, tanto a abrir como a fechar, é invulgar e estranha, exigindo alguma habituação para usar o equipamento sem receio.
DOBRÁVEL
Através desta solução, o Mate Xs permite utilizar uma das faces do ecrã como ecrã principal (quando dobrado) com uma área útil de 6,6 polegadas (2480 x 1148) que, associado à qualidade de imagem do painel OLED, garante uma imagem maior e de superior qualidade à de muitos smartphones de topo que existem no mercado.
Quando aberto, o ecrã estende-se na totalidade para as oito polegadas (resolução de 2480 x 2200). O facto de o equipamento se dobrar sobre si permite que apenas seja necessário um módulo de câmaras. Estas têm as características usadas no Mate X original, ou seja, as mesmas do Huawei P30 Pro: sensor principal de 40 MP, sensor de 16 MP para ultra grande angular, 8 MP para o efeito de zoom óptico de 3x (5x híbrido) e um sensor ToF (Time of Flight) 3D para medição de profundidade, fundamental para desfocar o fundo, quando usado o modo ‘Retrato’. Em termos de vídeo, temos gravação 4K a 60 fps. Infelizmente o áudio, reproduzido pelo único altifalante disponível, não está ao nível da excelente qualidade do ecrã.
DESEMPENHO
Onde a Huawei continua a ser imbatível é no processamento de imagem via inteligência artificial, especialmente em situações de fracas condições de luz, sendo o seu modo nocturno ainda uma referência no mercado. Porém, este resultado só é possível graças ao elevado poder de processamento do SoC (System on Chip) aqui usado, o Kirin 990 5G, com os seus oito núcleos de elevado desempenho, e à NPU (unidade de processamento neural) de dois núcleos.
O GPU Mali-G76 MP16, no entanto, revelou não ser tão bom quanto o processador, conforme comprovam os resultados nos testes de desempenho gráfico. A nível de autonomia (bateria de 4500 mAh), o Xs mostrou ser bem mais eficiente que a do modelo dobrável rival, ao garantir uma hora adicional, mesmo estando perante um equipamento com um ecrã maior e mais resolução.
Assim sendo, será o Huawei Mate Xs um smartphone para as massas? Não, de todo, nem que seja pelo factor ‘preço’. Porém, o que mais me aflige é considerar o tipo de utilização que é habitualmente dado a um smartphone, que no caso do Mate Xs é impossível de ter, sob pena de danificar o ecrã, que está constantemente exposto. Enquanto obra de engenharia, este Mate Xs é fascinante, mas enquanto dispositivo para o dia-a-dia, continuo a não recomendar um smartphone dobrável, sendo preferível optar por um (mais acessível) P40 Pro Plus.
Tal como tem acontecido com todos os recentes smartphones da Huawei (excepto as “novas edições”), também o Mate Xs vem sem serviços Google, algo que pode ser facilmente contornado através de guias que estão disponíveis na Internet. E resultam.