PC Guia

/ DEFEITOS ESPECIAIS O Ricardo Durand fala da sua experiênci­a com o retrogamin­g.

- RICARDO DURAND / Editor

Este mês fiz um guia sobre como usar um computador para ter um ataque de nostalgia - emular um ZX Spectrum e voltar a jogar títulos históricos como Manic Miner, Jet Set Willy, Dizzy,Exolon, Ant Attack, Hobbit, Elite, Silkworm e Advanced Lawn Mower Simulator. Problema: passei ao lado desta geração, apesar de saber perfeitame­nte que computador é este. Aliás, eu tive, e ainda tenho, um ZX Spectrum +2 a que, confesso, nunca dei muita atenção. Foi uma prenda de aniversári­o em 91 ou 92, quando a idade dourada destes jogos de cassete já estava enterrada.

No começo da década de noventa já se vivia a era das consolas de 8 e 16-bit, ou seja, tornei-me ainda mais retro numa altura que, hoje em dia, já é considerad­a vintage. Um esclarecim­ento: com dez anos, nem fazia ideia de que havia um computador chamado Spectrum, muito menos que se vendia em Portugal - eu pedi apenas um computador, daqueles com monitores brancos, teclados bege e caixas creme. Quando rasguei o papel de embrulho, tinha uma barra preta com teclas e um leitor de cassetes - um rádio com teclado, portanto. Na altura, sem Internet e YouTube para ver guias e saber como tudo funcionava, o Spectrum ficou guardado num armário e só muito tempo depois é que comecei a ler o manual e a perceber como tudo funcionava. A chegada de uma Mega Drive acabaria por condenar o Spectrum ao descanso eterno e, quando a mania do retrogamin­g começou a tornar-se ‘uma coisa’, já nada funcionava. Acho que joguei uma ou duas vezes Robocop e Outrun, mas sinceramen­te não percebia como é que podíamos jogar com teclas - ‘A’ para a esquerda, ‘D’ para a direita, ‘Espaço’ para disparar. Era como jogar futebol como uma raquete. Quando fiz o guia deste mês sobre a emulação de jogos Spectrum, lembrei-me desse tempo - em que meter cassetes num aparelho preto era sinal de que íamos ouvir música e não jogar como quem escrevia um texto. Há uma parte do retrogamin­g que, para mim, será sempre um tema do oculto.

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