PODE A INTEL VOLTAR AO TOPO?
Desde há alguns anos que a dominância da Intel no mercado dos computadores pessoais tem sido posta em causa pela excelente oferta de processadores da AMD, que permitem, pelo menos, o mesmo nível de desempenho a um custo mais baixo. A juntar a isto, a Intel tem tido também muitas dificuldades em conseguir criar novos produtos com recurso a métodos que permitam uma maior miniaturização. Em Agosto, a Intel também começou a revelar aos poucos as capacidades da sua próxima família de GPU, denominada ARC, com a qual quer concorrer com a Nvidia e com a AMD no mercado dos gráficos para PC de consumo. Por fim, a ARM, com os seus processadores de baixo consumo e grande poder de cálculo, também está a começar a ameaçar o mercado dos processadores para PC tradicionais, como se pode ver pelo sucesso dos chips M1, que são projectados pela Apple, mas que usam os núcleos de processamento desenhados pela ARM. Pode a Intel atacar em tantas frentes e mesmo assim focar-se no essencial: voltar a ter a aura de ser o fabricante de processadores que dita as tendências do mercado dos PC? Francamente, acho que nos próximos tempos será difícil. Olhando, por exemplo, para o mercado das gráficas, AMD sempre tentou competir com a Nvidia, mas nunca conseguiu ser uma ameaça real. Isto porque a Nvidia sempre esteve à frente em termos de desenvolvimento de novas tecnologias de aceleração de gráficos.
Para a Intel ter algum sucesso neste mercado terá de apresentar um produto diferente, que consiga trazer alguma tecnologia que, aos olhos dos consumidores, seja vantajosa. Não pode ser mais uma marca de placas gráficas que faz o mesmo que as outras. No caso dos CPU, a Intel relaxou à “sombra” das vitórias que acumulou durante anos e a AMD ultrapassou-a em termos tecnológicos e de preço. Tudo isto é bom: para as empresas, porque as espicaça a serem melhores, e para os consumidores, porque ficam com mais por onde escolherem.