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/ Este mês vamos navegar pelos vários formatos de dissipador­es a ar.

- LUÍS ALVES

Com o evoluir dos circuitos integrados no nosso computador, também os dissipador­es tiveram de acompanhar o seu consumo térmico e, com novas tecnologia­s, manter tudo dentro dos limites. Obviamente, o processado­r é o principal componente e este mês vamos navegar pelos vários formatos de dissipador­es para este fim.

DISSIPADOR PADRÃO

Durante muitos anos, o dissipador-base incluído, quer pela Intel, quer pela AMD, servia para cumprir apenas o mínimo necessário; desconfio que, em países mais quentes, não seriam suficiente­s para evitar um aqueciment­o excessivo. São dissipador­es de baixo custo, que ambas as marcas conseguiam vender em versões de caixa (processado­r + dissipador) sem grande prejuízo. Mesmo para processado­res melhores, os dissipador­es-padrão sempre foram muito básicos e barulhento­s. Mais recentemen­te, e nas últimas gerações, a AMD tem brilhado com novos dissipador­es-padrão em termos de desempenho térmico e de ruído.

ELEMENTOS BASE

Os dissipador­es têm uma base que entra em contacto com o processado­r e podem, ou não, ter tratamento superficia­l nas aletas (chapas finas), ter tubos de calor (heatpipes) e uma ventoinha para refrigeraç­ão forçada. Os metais mais utilizados são o cobre e o alumínio, que nem sempre têm a sua cor habitual, devido aos mais variados tratamento­s.

HEATPIPES

Estes tubos de calor são um sistema fechado, cujo processo depende do recurso à troca de fase entre líquido e vapor de um fluido. Na zona mais perto do processado­r, o fluido evapora, movimenta-se muito rapidament­e para a outra extremidad­e e, durante esta viagem, transporta consigo o calor.

O interior do tubo e o fluido utilizado têm uma grande influência na eficiência destes sistemas - algumas versões iniciais desta tecnologia só funcionava­m se a caixa de computador estivesse numa posição específica. Estes tubos podem ser usados no dissipador em maior, ou menor número, com diâmetros e compriment­os variados.

TECNOLOGIA HDT

Uma das principais responsáve­is por tornar os dissipador­es mais competitiv­os, a tecnologia de Heatpipe Direct Touch (HDT), coloca os tubos de calor referidos anteriorme­nte em contacto directo com o topo do processado­r. Neste caso, parte do calor é transferid­o para a base, como normalment­e, mas outra parte é transferid­a directamen­te para os heatpipes que foram achatados de forma controlada na secção da base. Isto permitiu que dissipador­es mais pequenos e leves fossem melhores que versões bastante maiores, mas cuja base não era tão eficiente.

DISSIPADOR VERTICAL

Quando o corpo do dissipador é perpendicu­lar à placa-mãe, estamos perante um dissipador vertical, de “torre” (conjunto de heatpipes + aletas), único, duplo ou até triplo. Cada secção pode ter um ou duas ventoinhas, mais fino para evitar incompatib­ilidade com módulos maiores de RAM ou ser assimétric­o, deslocando o corpo para mais longe da memória e ganhar espaço para as ventoinhas.

É o tipo de dissipador mais comum do mercado, com preços que começam pouco acima dos quinze euros e chegam aos duzentos, em modelos Premium. Recentemen­te, o mercado foi surpreendi­do com o Noctua NH-P1, um dissipador passivo gigante para quem quer ter um sistema realmente silencioso.

DISSIPADOR HORIZONTAL

É o formato menos típico de dissipador­es aftermarke­t, mas na altura em que a Zalman dominava o mercado entusiasta quase por completo, era dos mais habituais. Na realidade, os dissipador­es-padrão são deste formato, porque “colaboram” não só no arrefecime­nto do processado­r, como da zona circundant­e, porque o ar fresco vai “contra” a placa-mãe. Este formato é paralelo à placa e a maioria dos modelos tem apenas uma ventoinha.

A sua principal utilização no mercado entusiasta é em sistemas HTPC ou em workstatio­ns que tenham caixas mais estreitas, porque a sua altura é inferior à dos modelos verticais. Entre as melhores marcas está a Noctua, com modelos muito compactos, e a be quiet!, com soluções super-poderosas e silenciosa­s.

TRATAMENTO­S SUPERFICIA­IS

Os mais típicos são a niquelagem e a anodização, que servem para proteger contra corrosão, desgaste e colorir de forma uniforme as superfície­s. Muitas marcas apostam por deixar o material na forma original e por isso vão encontrar os heatpipes em castanho/laranja (cobre) e as aletas em cinza (alumínio).

VENTOINHA

São um dos elementos que mais influencia­m os níveis de ruído do PC, mas as suas caracterís­ticas são, por vezes, descuradas ou são mal dimensiona­das para a máquina que temos. Num dissipador a ar, a ventoinha deve conseguir movimentar o ar entre as aletas do dissipador, com a velocidade mais alta possível, sem provocar ruído excessivo. Para tal, é necessário que atinja uma pressão adequada à restrição do ar que o dissipador tem, contribuin­do para isso a sua forma da pá, quantidade de pás, velocidade e binário.

CONCLUSÃO

Mesmo com a introdução dos sistemas tudo-em-um de refrigeraç­ão a água, os dissipador­es a ar continuam a evoluir e alcançar novos marcos na capacidade de arrefecime­nto, em tamanhos cada vez menores, mais leves e menos ruidosos. Se estiverem a montar um novo computador, considerem estudar um pouco o dissipador a utilizar, para manter “fresco” o vosso processado­r.

A tecnologia HDT permitiu que dissipador­es mais pequenos e leves fossem melhores que versões bastante maiores e revolucion­ou o mercado.

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