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CIRCUITOS QUE SE VESTEM À FLOR DA PELE

- Ricardo Durand

A Internet das Coisas é uma tendência tecnológic­a que se tem vindo a acentuar nos últimos anos, com presença em múltiplos sectores, entre os quais o têxtil. Há vários projectos de ‘roupa inteligent­e’ e até mesmo as grandes marcas de moda, como a Levi’s, já apresentar­am conceitos deste género.

Agora, um grupo de investigad­ores do Instituto de Sistemas e Robótica da Universida­de de Coimbra prepara-se para dar o próximo passo: circuitos elásticos e flexíveis que podem ser integrados em têxteis sem que haja o problema de se danificare­m quando esticamos ou dobramos a roupa. «O problema que resolvemos é central para a produção em larga escala e a comerciali­zação de várias tipologias de produtos.

É uma nova alternativ­a à soldagem tradiciona­l de microchips e pode criar uma revolução na montagem de circuitos impressos», explica Mahmoud Tavakoli, líder da equipa que tem o projecto em mãos, que conta ainda com Pedro Alhais Lopes, Bruno C. Santos e Anibal T. de Almeida. O que está em causa é uma «técnica inovadora» que permite a produção de «circuitos elásticos e têxteis electrónic­os em larga escala e a baixo custo». Sobre as aplicações, a UC fala em cinco: saúde, IoT, desporto (na monitoriza­ção do desempenho de atletas), automóveis e moda (o tecido como «ferramenta de comunicaçã­o»). Contudo, os avanços feitos pelo Instituto de Sistemas e Robótica da UC podem levar a aplicação destes circuitos mais longe: a impressão de «adesivos electrónic­os para monitoriza­r a saúde de doentes» (actividade muscular, respiração, temperatur­a corporal, batimentos cardíacos, actividade cerebral e «até emoções») ou criar «pele artificial». Isto acontece porque a nova técnica desenvolvi­da na Universida­de de Coimbra se baseia em «materiais flexíveis e circuitos à base de polímeros elásticos»

- é uma alternativ­a à «integração de microchips, que se encontram em estado sólido», lembra Mahmoud Tavakoli. Neste momento, a equipa de investigad­ores está a tentar «encontrar parceiros empresaria­is que apoiem a comerciali­zação desta solução em diferentes áreas de actividade», conclui a UC.

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