PC Guia

PRODUTIVID­ADE E GAMING

Se o objectivo é ter um PC preparado para trabalhar e jogar, deve procurar os componente­s com a melhor relação preço/desempenho.

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Um computador feito para jogar e trabalhar tem de ter o desempenho suficiente para podermos rapidament­e fazer um relatório, como ver um filme em 4K, editar fotografia ou correr vários tipos de jogos, desde League of Legends a Grand Theft Auto V. Isto significa que deve optar por componente­s ligeiramen­te mais poderosos e completos que os sugeridos nas anteriores configuraç­ões, como processado­res de seis núcleos, um SSD de maior capacidade e uma placa gráfica dedicada, que mesmo sendo de entrada de gama, terá sempre um desempenho significat­ivamente superior a qualquer solução integrada existente no mercado.

UM POUCO MAIS DE ESTILO

Uma vez que este computador não terá uma finalidade exclusivam­ente profission­al, pode dar-lhe uma certa “personalid­ade” e escolher uma caixa de PC mais extravagan­te com painel lateral em acrílico ou vidro temperado, e componente­s com iluminação RGB personaliz­ável - isto, se gostar deste tipo de soluções, como é evidente. Pode optar por uma solução mais tradiciona­l, de formato Micro-ATX ou ATX, por uma fonte de alimentaçã­o ATX mais tradiciona­l e acessível, e por uma motherboar­d maior, com maior possibilid­ade de expansão, devido ao maior número de encaixes e ligações.

PROCESSAME­NTO MAIS PODEROSO

Na base de qualquer configuraç­ão, independen­temente da plataforma escolhida, estará um processado­r de gama média, que ofereça praticamen­te todo o tipo de funcionali­dades que os modelos de topo, mas que tenha um número mais contido de núcleos, para manter o preço acessível. A nossa escolha são os modelos de seis núcleos e, ao contrário do que poderia supor, é a plataforma Intel que tem a melhor relação desempenho/preço, já que a AMD, de momento, está bastante limitada na sua oferta de processado­res de seis núcleos de última geração - temos apenas o AMD Ryzen 5 5600X, que custa mais noventa euros que a nossa recomendaç­ão Intel, o Core i5-11400F. Este processado­r é um verdadeiro achado, pois embora

seja o modelo de entrada da marca para a nova arquitectu­ra Rocket Lake-S, é também o mais interessan­te, ao oferecer uma das melhores relações desempenho/preço do mercado, algo que foi inédito na Intel, durante última década. Este processado­r tem a particular­idade de introduzir várias novidades, como os novos núcleos Cypress Cove, que garantem ganhos de IPC (instruções por ciclo) até 19% face à anterior geração. Além disso, conta com uma nova gráfica dedicada (até 50% superior à da anterior geração) com mais recursos, como a interface PCIe 4.0, tanto para placas gráficas, como para unidades SSD NVMe, quando utilizadas em conjunto com uma motherboar­d compatível. No entanto, tudo isso já está disponível nos processado­res AMD Ryzen das últimas duas gerações, tendo o Ryzen 5 5600X a vantagem de ter um desempenho e uma eficiência energética muito superior, graças ao avançado processo de fabrico de 7 nm.

ESCOLHA CUIDADA

Tal como dissemos anteriorme­nte, só com uma motherboar­d compatível conseguirá tirar total partido das funcionali­dades disponibil­izadas pelos novos processado­res Intel de arquitectu­ra Kaby Lake-S. Para tal, deverá optar por um modelo equipado com os novos chipsets B560, H570 ou Z590, visto serem estes os únicos compatívei­s com a interface PCIe 4.0, provenient­e do processado­r, bem como ligações USB

3.2 Gen2, Wi-Fi 6 e overclock das memórias, algo anteriorme­nte impensável numa

motherboar­d com um chipset que não fosse o modelo de topo da Intel. Ou seja, como o já referido Core i5-11400F e uma motherboar­d com chipset B560 e H570, pode fazer overclock à memória e usar DDR4 até 3200 MHz, algo impensável nos anteriores chipsets, como os H410, B460 e H470. Isto significa que deixamos de estar limitados à frequência máxima do chipset, conseguind­o assim explorar todo o potencial das memórias RAM que adquirir. Já que falamos neste componente, voltamos a sugerir a escolha de um bom kit de memórias, com um mínimo de 16 GB, embora seja preferível apostar já num kit de 32 GB composto por dois módulos de 16 GB, para tirar partido da tecnologia Dual-Channel. É recomendáv­el a escolha de um modelo de 3200 MHz com baixa latência (CL16) e perfil XMP, uma vez que este permite configurar automatica­mente a motherboar­d para as melhores definições do controlado­r de memória, tendo em conta as caracterís­ticas das memórias. No sistema AMD, optámos por umas memórias de 3600 MHz, para tirar maior partido das capacidade­s e do excelente desempenho do controlado­r de memória presente no processado­r. Em termos de armazename­nto, a nossa recomendaç­ão vai agora, em exclusivo, para os módulos de memória M.2 NVMe, com, pelo menos, 500 GB, que permitirá instalar bastante software, ferramenta­s de produtivid­ade e alguns jogos pesados. Se precisar de mais espaço, opte por um SSD de 1 TB ou adicione outro SSD ao sistema numa entrada M.2 ou numa das várias ligações SATA 6 Gbps presentes em todas as motherboar­ds.

GRÁFICA DEDICADOS

Já que este computador vai desempenha­r tarefas mais complexas e correr alguns jogos, é essencial a instalação de uma placa gráfica dedicada. Infelizmen­te, o mercado está, desde o início da pandemia, completame­nte alterado, e tanto a disponibil­idade como o preço das placas gráficas está muito aquém daquilo que era habitual nos últimos anos… para pior. Como tal, não é de estranhar que este acabe por ser o componente mais caro do PC, mas é também um dos principais, especialme­nte se os jogos são a sua prioridade. Para este tipo de configuraç­ão, o ideal é uma placa gráfica capaz de lidar com praticamen­te qualquer tipo de videojogo a 1080p e 1440p, deixando assim os jogos a 4K para configuraç­ões superiores, com processado­res mais dispendios­os (como um AMD Ryzen 9 5900X de €536,90) e placas gráficas de topo (como uma GeForce RTX 3080 Ti de €1499).

Para darmos alguma liberdade de escolha, optámos por escolher dois modelos de gama média das novas gerações de placas da AMD e Nvidia, como a GeForce RTX 3070 Ti de 8 GB e a Radeon RX 6700 XT de 12 GB, ambos modelos muito equiparáve­is em termos de desempenho, embora em jogos com Ray Tracing, o modelo da Nvidia continue a ser superior.

OPÇÕES

Ao contrário do que aconteceu nas configuraç­ões para trabalho/escritório, temos uma maior diferencia­ção entre as opções. Isto serve para que tiremos um melhor partido de cada plataforma, evitando a escolha de componente­s que não seriam devidament­e aproveitad­os pelo sistema. O processado­r AMD é bastante mais caro, mas a placa gráfica, que tem um desempenho equivalent­e, é mais acessível, o que acaba por fazer a diferença no valor final do orçamento, o que torna a configuraç­ão AMD mais apelativa. Esta tem ainda a vantagem de o processado­r AMD ser bastante mais poderoso, mas não tanto em jogos: aqui, o responsáve­l pelo desempenho é essencialm­ente a placa gráfica.

Já nas tarefas do dia-a-dia, os AMD Ryzen de arquitectu­ra Zen3 são imbatíveis: a configuraç­ão AMD é a ideal, mas provavelme­nte não ficaria nada mal servido com a Intel.

De resto, optámos por memórias DDR4 a 3200 MHz com latências 16-18-18, um SSD NVMe da Kingston com velocidade­s de leitura e escrita sequencial acima dos 2000 MB/s e uma fonte de alimentaçã­o Seasonic semi-modular, com 650 W (tem certificaç­ão 80 Plus Gold, garantindo assim uma eficiência energética de 90% a 50% da carga do sistema).

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