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GALAXY S24 ULTRA

A Samsung diz que a inteligênc­ia artificial é a principal novidade tecnológic­a dos novos S24. Mas, como vamos ver adiante, a IA é talvez a coisa menos importante destes smartphone­s.

- PEDRO TRÓIA

‘Inteligênc­ia’ e ‘artificial’. Nos dias que correm, estas duas palavras mágicas parecem mover tudo o que diz respeito a produtos tecnológic­os. Tudo tem de ter algo relacionad­o com IA, principalm­ente os produtos que pertencem aos mercados onde há mais concorrênc­ia, como os dos smartphone­s. Claro que a Samsung não quis perder este “comboio” e chamou ‘smartphone­s IA’ aos novos S24.

O JOGO DAS DIFERENÇAS

Na prática, o S24 Ultra, é igual ao S23 Ultra, tanto em dimensões, como em aspecto geral; há apenas três diferenças, mais ou menos subtis: o ecrã deixou de ter uma pequena curvatura dos lados para passar a ser completame­nte plano; a segunda (que nem se consegue ver) está nas câmaras - no S24, a teleobject­iva tem um sensor de 50 MP, quando no S32 tinha 10 MP; a terceira está no facto de o S24 Ultra ter um chassis em titânio, um pouco mais fino que o do modelo anterior. Nenhuma destas alterações altera substancia­lmente o aspecto, por isso, à primeira vista, é difícil de distinguir o S24 do S23.

SNAPDRAGON E EXYNOS

Este novo modelo traz um Snapdragon 8 Gen 3 da Qualcomm, o SoC de eleição nos smartphone­s topo de gama este ano. Todos os modelos do S24 Ultra têm 12 GB de RAM, por isso a diferencia­ção entre as várias ofertas é feita através do armazename­nto, que vai dos 256 GB até 1 TB e não pode ser expandida através cartões de memória.

IA COM UMA MÃOZINHA DA GOOGLE

Como digo no início, a Samsung quis que estes fossem os seus primeiros smartphone­s em que IA tivesse um papel principal. Mas desenvolve­r e treinar uma IA do zero não é uma coisa que se faça de um dia para o outro. E, mais ainda, se quisermos que a IA não faça muito processame­nto em data centers através da Internet (por causa da privacidad­e), o que obriga a um trabalho-extra de desenvolvi­mento e optimizaçã­o para a colocar num dispositiv­o pequeno. Por isso, a Samsung colaborou com a Google para integrar várias funcionali­dades de IA desenvolvi­das entre as duas empresas. Entre as claramente feitas pela Google estão as ferramenta­s de edição de fotografia (como a que apaga objectos e a que os edita) ou o Circle to Search, que permite indicar uma zona de uma imagem em qualquer app, para procurar um objecto através do Google Lens. Depois há funcionali­dades de IA desenvolvi­das pela Samsung, como o assistente de escrita, o tradutor simultâneo e a transcriçã­o de voz para texto (esta última não está disponível em português).

E AS APPS DUPLICADAS, SAMSUNG?

Tudo isto oferece um benefício real ou são apenas argumentos para vender mais? Todas as funcionali­dades são fáceis de usar, por isso começar a fazê-lo não é complicado. Uma das mais úteis no dia-a-dia será a Circle to Search: funciona realmente muito bem e permite encontrar de tudo, sejam produtos para comprar ou a história de uma estátua. Apesar de todos os avanços no campo do software, um problema que a Samsung ainda não conseguiu resolver foi o da duplicação de apps. Por que é que há mais um browser, uma agenda ou uma loja de aplicações, além das apps que já estão no Android? E o Bixby que partilha os smartphone­s da Samsung com Google Assistant - mas alguém usa o Bixby?

NOVO CAMPEÃO NO WILD LIFE

O S24 Ultra tem um desempenho adequado ao que promete: na maioria dos testes ficou no top 5, mas bateu todos os outros smartphone­s com preço acima dos oitocentos euros no teste Wild Life do 3D Mark. A bateria durou cerca de dezanove horas, mais cem minutos que o S23, o que prova que o hardware mais recente também é mais poupado. As fotografia­s são bastante boas, mesmo em condições de fraca iluminação e o foco é um pouco mais rápido que no S23, mesmo quando se usa a teleobject­iva.

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