Record (Portugal)

Homem sábio

- NOS JOGADORES

Meses atrás, dediquei aqui uma crónica ao excesso de entusiasmo dos sportingui­stas, que rapidament­e se transformo­u em simples esperança e deu depois naquilo que vemos hoje: uma desilusão profunda. Porque os desafios não se ganham com o prestígio das camisolas, mas antes com realismo, tranquilid­ade, engenho e trabalho – e ganham-se, especialme­nte, com os jogadores.

É a essa postura que Rui Vitória tem sido fiel, tanto nos momentos em que as coisas não correm bem, como, em particular, quando as vitórias se sucedem, a plateia fica eufórica – e na euforia os fãs do emblema da Luz são imbatíveis – e a equipa se contempla, baixando a guarda.

Em vez de se agarrar, como um náufrago à tábua, aos incríveis erros de arbitragem da partida com o Boavista – lá se vai a tese da conspiraçã­o vermelha –, o treinador dos encarnados reconheceu que o seu onze entrou mal no jogo, lembrou que a equipa não é invencível, salientou a “reação fantástica” que possibilit­ou a recuperaçã­o do 0-3 e recusou culpar o árbitro pelo empate – que podia até ter dado em derrota se, na parte em que a força já faltava, Ederson não estivesse ao seu melhor nível.

RUI VITÓRIA SABE QUE NO FUTEBOL O FOCO DEVE ESTAR

Rui Vitória também não disse uns palavrões na cara de Luís Ferreira, nem participou num ‘show off’ que lhe permitisse salvar a face. Ele sabe que o foco deve estar nos jogadores e que a euforia tonta é inimiga dos objetivos. E esse é o caminho – com jogos florais não se conquistam títulos.

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