ATAQUE À ÁGUIA
KELVIN EM AÇÃO NO DRAGÃO 767 DIAS DEPOIS
A jogar em casa, o FC Porto é a equipa mais forte do campeonato, só não alcançando o pleno de 27 pontos em nove jogos devido ao tal golo de Lisandro López nos descontos do clássico com o Benfica. Talvez seja do ambiente, da relva, do balneário mais confortável ou do hino do clube que soa através da instalação sonora, mas o facto é que este conjunto de Nuno Espírito Santo nem parece o mesmo quando atua no Dragão para a 1ª Liga. A ameaça de crise, sustentada por três jogos sem vencer e duas partidas sem marcar, morreu aos pés de uma exibição autoritária que encurralou o Moreirense. Desta vez, o deslize das águias foi capitalizado e a diferença para a liderança voltou aos quatro pontos, sendo corrigido o desperdício da ronda anterior, na Mata Real. Ainda à espera do que o Sp. Braga faça hoje, o FC Porto consegue também alargar o fosso para o Sporting na proteção ao 2º lugar que garante diretamente os milhões da Liga dos Campeões. Pode parecer uma questão de somenos, mas que tem de ser levada em conta quando só restam dois jogos antes do confronto direto entre dragões e leões no palco portista.
Colete de forças
O Moreirense que afastou o FC Porto da Taça CTT viu-se metido numa colete de forças e Augusto Inácio, apesar da sua sagacidade tática, não é um ‘Houdini’ capaz do milagre de multiplicação. O técnico dos cónegos já esperava que os azuis e brancos assentassem arraiais no tais 60 metros ofensivos que tanto agradam a Nuno, pelo que se preocupou em colocar grãos de areia na máquina portista. Os extremos Podence e Dramé recuavam até perto da área para bloquear diagonais, mas deixavam as transições ofensivas sem soluções nas alas e, pelo meio, nem Boateng ganhava os duelos a Felipe nem Geraldes conseguia temporizar para deixar a equipa respirar. Casillas fez a primeira grande defesa da noite (4’), é certo, mas a partir daí o duelo foi de sentido único.
Óliver Torres esteve mais confortável a pegar no jogo e, com Jota a fazer rotações largas sem ficar preso à esquerda quando Alex Telles subia, procurando depois comunicar com André Silva, o FC Porto cresceu até encostar o Moreirense às cordas. A equipa de Nuno pode deixar fugir pontos inexplicavelmente quando atua fora de casa (já perdeu 11 em 24 possíveis), mas no Dragão encontra o seu oásis de confiança e o exemplo a partir do qual pode ser consolidada
O REGISTO DE 25 PONTOS EM 27 POSSÍVEIS NO DRAGÃO INDICA O CAMINHO QUE ALIMENTA A ESPERANÇA NO TÍTULO
uma candidatura ao título capaz de pressionar o Benfica.
Responsabilidade
Bastou um erro do Moreirense para a superioridade azul e branca ganhar expressão, com Marcano a recorrer ao seu saco de truques para, desta vez, realizar uma assistência perfeita para Óliver que apanhou os cónegos desposicionados depois de um livre de Alex Telles. O FC Porto não baixou o ritmo e, pelo contrário, Diogo Jota ligou o turbo em contra-ataque para criar o lance que terminou com um golo oportuno de André Silva, o seu 16º da temporada. Uma diferença na atitude coletiva em relação a outros momentos em que faltou o sentido de responsabilidade para resolver rapidamente a contenda. Neste caso, o tiro no pé que foi a expulsão de Geraldes nos visitantes, em cima do intervalo, já fazia prever uma 2ª parte desanuviada. Marcano juntou um golo ao seu passe magistral e, a partir daí, a maior notícia foi o regresso de Kelvin. O próximo compromisso ainda é na ‘fortaleza’, contra o Rio Ave, pelo que se criam expectativas de nova comparência do ‘FC Porto bom’. *