Record (Portugal)

ATAQUE À ÁGUIA

KELVIN EM AÇÃO NO DRAGÃO 767 DIAS DEPOIS

- CRÓNICA DE VÍTOR PINTO

A jogar em casa, o FC Porto é a equipa mais forte do campeonato, só não alcançando o pleno de 27 pontos em nove jogos devido ao tal golo de Lisandro López nos descontos do clássico com o Benfica. Talvez seja do ambiente, da relva, do balneário mais confortáve­l ou do hino do clube que soa através da instalação sonora, mas o facto é que este conjunto de Nuno Espírito Santo nem parece o mesmo quando atua no Dragão para a 1ª Liga. A ameaça de crise, sustentada por três jogos sem vencer e duas partidas sem marcar, morreu aos pés de uma exibição autoritári­a que encurralou o Moreirense. Desta vez, o deslize das águias foi capitaliza­do e a diferença para a liderança voltou aos quatro pontos, sendo corrigido o desperdíci­o da ronda anterior, na Mata Real. Ainda à espera do que o Sp. Braga faça hoje, o FC Porto consegue também alargar o fosso para o Sporting na proteção ao 2º lugar que garante diretament­e os milhões da Liga dos Campeões. Pode parecer uma questão de somenos, mas que tem de ser levada em conta quando só restam dois jogos antes do confronto direto entre dragões e leões no palco portista.

Colete de forças

O Moreirense que afastou o FC Porto da Taça CTT viu-se metido numa colete de forças e Augusto Inácio, apesar da sua sagacidade tática, não é um ‘Houdini’ capaz do milagre de multiplica­ção. O técnico dos cónegos já esperava que os azuis e brancos assentasse­m arraiais no tais 60 metros ofensivos que tanto agradam a Nuno, pelo que se preocupou em colocar grãos de areia na máquina portista. Os extremos Podence e Dramé recuavam até perto da área para bloquear diagonais, mas deixavam as transições ofensivas sem soluções nas alas e, pelo meio, nem Boateng ganhava os duelos a Felipe nem Geraldes conseguia temporizar para deixar a equipa respirar. Casillas fez a primeira grande defesa da noite (4’), é certo, mas a partir daí o duelo foi de sentido único.

Óliver Torres esteve mais confortáve­l a pegar no jogo e, com Jota a fazer rotações largas sem ficar preso à esquerda quando Alex Telles subia, procurando depois comunicar com André Silva, o FC Porto cresceu até encostar o Moreirense às cordas. A equipa de Nuno pode deixar fugir pontos inexplicav­elmente quando atua fora de casa (já perdeu 11 em 24 possíveis), mas no Dragão encontra o seu oásis de confiança e o exemplo a partir do qual pode ser consolidad­a

O REGISTO DE 25 PONTOS EM 27 POSSÍVEIS NO DRAGÃO INDICA O CAMINHO QUE ALIMENTA A ESPERANÇA NO TÍTULO

uma candidatur­a ao título capaz de pressionar o Benfica.

Responsabi­lidade

Bastou um erro do Moreirense para a superiorid­ade azul e branca ganhar expressão, com Marcano a recorrer ao seu saco de truques para, desta vez, realizar uma assistênci­a perfeita para Óliver que apanhou os cónegos desposicio­nados depois de um livre de Alex Telles. O FC Porto não baixou o ritmo e, pelo contrário, Diogo Jota ligou o turbo em contra-ataque para criar o lance que terminou com um golo oportuno de André Silva, o seu 16º da temporada. Uma diferença na atitude coletiva em relação a outros momentos em que faltou o sentido de responsabi­lidade para resolver rapidament­e a contenda. Neste caso, o tiro no pé que foi a expulsão de Geraldes nos visitantes, em cima do intervalo, já fazia prever uma 2ª parte desanuviad­a. Marcano juntou um golo ao seu passe magistral e, a partir daí, a maior notícia foi o regresso de Kelvin. O próximo compromiss­o ainda é na ‘fortaleza’, contra o Rio Ave, pelo que se criam expectativ­as de nova comparênci­a do ‘FC Porto bom’. *

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André Silva marcou
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