Discussão mais alargada
O ‘vice’ da FPA considera que o assunto dos 50 km marca feminino não está esgotado. “Numa fase mais avançada da época será possível tirar mais algumas conclusões, e a possibilidade de discussão mais alargada.” Figueiredo refere ainda que a FPA acha crucial “apresentar às instâncias internacionais uma moção de sensibilidade sobre o assunto de forma a ser tratado pela Comissão Técnica da IAAF, até porque em outras provas haverá convites de participação a atletas que não tenham mínimos, mas que preencham as quotas de participação, como aconteceu nos Jogos Olímpicos”.
mens (4:06h) como referência. Para a recordista mundial da distância – falta ainda a homolo- gação oficial da IAAF –, “a participação nas provas de 50 km está a ser encarada por atletas , como eu, com larga experiência internacional e longa participação em provas de 20 km, já numa fase mais madura da carreira, em que podemos explorar mais um pouco a resistência que a velocidade. Eu tentei e, com mais uma ou outra experiência, julgo que chegaremos a essa marca que a IAAF colocou, mas permita-me referir-lhe como é injusta essa marca para as mulheres. Em nenhuma outra prova os mínimos são iguais nos dois géneros!”.
Inês Henriques vai mais longe, sempre clamando a injustiça de tratamento. “Já ouvi comentários no sentido de que até parece que eles não querem mulheres a participar nos 50 km, que não conseguimos.” E questionada: “Então, se as mulheres participam em maratonas, com ótimos resultados, porque não conseguiríamos na marcha? O que fiz será certamente seguido por muitas outras”, referiu a atleta de Rio Maior à nossa reportagem, alimentando ainda uma secreta esperança de a “IAAF cair em si e perceber que pode dar oportunidade às mulheres de competir na distância”.
“HÁ COMENTÁRIOS NO SENTIDO DE QUE ATÉ PARECE QUE NÃO NOS QUEREM A PARTICIPAR”, SUBLINHOU INÊS HENRIQUES
FPA está atenta
O vice-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Luís Figueiredo, salienta que “por força das novas normas, apenas desde 1 de janeiro é reconhecida a participação feminina na distância. Assim, atendendo a esse facto, é natural que não haja ainda uma noção das possibilidades de marcas das mulheres na distância e certamente isso foi levado em conta pelos organizadores do Mundial”. *