MORRER NA PRAIA
Todos os objetivos da época foram ou estão comprometidos por golos nos instantes finais
O Real Madrid-Sporting, jogado a 14 de setembro, abriu o precedente para uma forma de fatalidade de que os leões não conseguiram libertar-se. Faltavam dois minutos para os 90 e a equipa ganhava com brilhantismo no Santiago Bernabéu por 1-0, fruto de um golo de Bruno César aos 47’, quando num estalar de dedos cruel Ronaldo e Morata viraram o resultado do avesso. Passados quatro meses, o Sporting está afastado de três frentes de competição e distante do 1º lugar da Liga em boa parte devido a fi-
MINUTO 87 FOI FATÍDICO NOS DOIS JOGOS EM CHAVES, SÁBADO PARA A LIGA E ONTEM NO ADEUS À TAÇA DE PORTUGAL
nais de jogo traumáticos. A saída de Taça de Portugal ontem em Chaves foi o derradeiro capítulo, curiosamente apenas três dias depois de novo passo atrás no campeonato, também contra os flavienses, e no mesmo minuto fatídico. Foi aos 87’ que Ponck acabou com o objetivo do Sporting ir ao Jamor, como foi aos 87’ que no último sábado Fábio Martins repôs a igualdade na partida da Liga, impedindo o Sporting de recuperar terreno para o Benfica. Entre Madrid e o duplo pesadelo em Trás-os-Montes podem identificar-se mais três jogos em que a equipa deitou tudo a perder nos instantes finais (com o Sp. Braga foi aos 70’). Em Guimarães, no episódio mais improvável, o Sporting esteve a ganhar por 3-0 e concedeu o empate entre os minutos 73 e 89; em Alvalade, com o Real Madrid, Adrien fez o 1-1 aos 80’ mas Benzema (87’) ressuscitou o fantasma do Bernabéu; e em Setúbal, o polémico adeus à Taça CTT foi decidido com um penálti dos sadinos aos 90’+4. Taças, Europa e Liga – uma época reduzida a questão de minutos. Restam 17 jornadas para espantar o trauma. *