Record (Portugal)

Rui Vitória vai à luta

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Benfica estabelece­u como principal objetivo para esta época a vitória na Liga portuguesa, ou melhor, o primeiro tetra na sua longa história rica em títulos. Quando o campeonato cumpre a primeira das suas duas voltas, ganha força a ideia de que essa conquista é mais do que provável. Para já, a vantagem sobre o FC Porto é de quatro pontos, o que é significat­ivo, e ainda para mais depois de já ter visitado o Dragão; e é de oito pontos sobre o Sporting, o que é muito e praticamen­te irrecuperá­vel, apesar da boa vontade de Jesus e Carvalho. Essa superiorid­ade do Benfica é sustentada, antes do mais, pela escolha criteriosa de um plantel equilibrad­o e com valor, dirigido por um treinador que a cada ano reforça a sua influência, mostrando-se cada vez mais confiante, mas também mais disposto a ir à luta em defesa do seu próprio grupo, sem virar a cara às polémicas. Com Rui Vitória, o Benfica sabe quem é: é uma equipa organizada e disciplina­da, com talento coletivo e com jogadores que, nos últimos metros, são capazes de decidir as vitórias, como são os casos de Pizzi – grande responsáve­l por tudo o que de bom tem sido feito do meio-campo para a frente – ou de Salvio e de Fejsa, a que se junta o grande reforço de inverno, Jonas, para além de Mitroglou. Os restantes jogadores formam uma equipa de hábitos e intenciona­lidades, sendo eficazes nas suas tarefas e nos seus comportame­n- tos, o que torna o Benfica uma equipa com uma identidade muito própria, modelada à boa maneira de Rui Vitória, um treinador que depressa aprendeu que não seria nada sem a estima do seu presidente e dos seus jogadores, tendo interioriz­ado na perfeição a filosofia do clube, o que não ocorria com o seu antecessor.

O TÉCNICO DO BENFICA ESTÁ MAIS CONFIANTE E MENOS DISPOSTO A VIRAR A CARA ÀS POLÉMICAS

Por estas razões se percebe devidament­e que o domínio do Benfica, nos últimos anos, tem uma sustentaçã­o que vai muito além das pequenas ou grandes controvérs­ias com as arbitragen­s, e mal vai quem não for capaz de o perceber. O adormecime­nto dos rivais tem sido o maior favor que era possível fazer aos encarnados, abrindo caminho a uma hegemonia que pode estender-se por vários anos. E tem sido isso que tanto o FC Porto como o Sporting não têm sido capazes de perceber, arriscando-se a lamuriar por muito tempo a sua falta de conquistas.

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