E agora, Sporting?
VAI FICANDO CADA VEZ MAIS NÍTIDO QUE A CRISE NÃO SE CHAMA ‘JORGE SOUSA’. TEM OUTRO NOME
O leão afunda-se numa crise demasiado preocupante e a pergunta que sócios e adeptos fazem hoje e vão continuar a fazer nos próximos dias é óbvia: de quem é a culpa, afinal? A responsabilidade pertence a muita gente, mas em primeiro lugar ao presidente e ao treinador. É inevitável que assim seja. A Bruno de Carvalho porque lhe competem a definição de objetivos, a política de con- tratações e a liderança da estrutura do seu futebol profissional. A Jesus porque lhe compete pôr a equipa a ganhar e, se possível, a jogar a um nível que esteja de acordo com o altíssimo investimento feito. Um e outro têm cometido vários erros e alguns muito graves. Os resultados estão à vista.
Arecente ida de Bruno de Carvalho ao balneário, por exemplo, para dar um forte puxão de ore- lhas aos jogadores na ausência do treinador, foi um tiro falhado e com consequências que continuarão a fazer-se sentir nos próximos tempos. O técnico, por seu lado, pode estar a pagar pela bazófia do costume. O autoelogio feito poucos dias após a derrota em Madrid é daquelas coisas que um jogador não esquece facilmente: “Não tenho o melhor plantel. Tenho é uma equipa trabalhada por mim, e se está trabalhada por mim tem de ser a melhor. A diferença está no treinador.” Fatal.
Aépoca só não está irremediavelmente perdida ( a meio de janeiro!) porque há 17 jogos para fazer na Liga e, no mínimo, será ainda preciso assegurar um lugar que dê acesso à próxima edição da Champions. Este desastre do Sporting confirma-se após um conjunto de resultados que deixa tudo (e todos) em causa. Nos últimos 10 jogos, o saldo é este: 4 vitórias, 1 empate e 5 derrotas, com 9 golos marcados e 10 sofridos. Resultados demasiado modestos, mas ao nível da qualidade apresentada. A crise do Sporting, como se vê, não se chamava Jorge Sousa.