Record (Portugal)

KENEDY NEM DORME A PENSAR NO REGRESSO

- RICARDO VASCONCELO­S

O agora treinador represento­u as águias durante 10 anos e hoje tem uma nova paixão

Rui Costa, Bernardo Silva e André Horta foram alguns dos apanha-bolas mais famosos do Estádio da Luz. Daniel Kenedy também por lá andou a ajudar os craques a ganhar jogos. Anos mais tarde, o guineense, que com apenas 5 anos viajou para Portugal com a avó Maria Olímpia, iria vestir a camisola do seu clube do coração. Entre 1991 e 1996, o lateral somou 85 jogos, marcou cinco golos e festejou um campeonato e duas Taças de Portugal. Hoje volta à Catedral como treinador. “Até me arrepio só de pensar nisso. Não tenho dormido bem. Hoje [ontem] acordei às 5 da manhã e amanhã [hoje] devo acordar às 4. Será muito especial para mim e nunca

ANTIGO LATERAL CHEGOU À LUZ POR 150 EUROS E SAIU DEPOIS DE GANHAR UM CAMPEONATO E DUAS TAÇAS DE PORTUGAL

pensei ir lá tão cedo como treinador. Estou muito orgulhoso e com uma certa vaidade por ir lá à frente do Leixões, que agora é a minha paixão”, afirmou Kenedy a minutos de partir para Lisboa.

Foi na capital que o antigo lateral-esquerdo viveu até aos 22 anos. O menino franzino do Bairro Social da Horta Nova começou a jogar futebol no Clube Cultural da Pontinha e com 12 anos foi comprado pelo Benfica por… 150 euros. Todos os dias fazia 5 km a pé para chegar aos treinos. Sozinho e com um único pensamento: tornar-se profission­al. Aos 18, ainda júnior, Sven-Goran Eriksson chamou-o a muitos aprontos e em fevereiro de 1992 convocou-o para um jogo nos Barreiros. A estreia ficaria adiada para a época seguinte, com Tomislav Ivic: jogou pouco mais de 10 minutos, em Paços de Ferreira, na 18ª jornada. Recordando os seus primeiros tempos de sénior, o agora treinador abordou o embate desta noite. “Esta pode ser uma oportunida­de única para muitos dos meus jogadores. Espero que desfrutem do jogo, que tenham prazer no que vão fazer e que demonstrem toda a nossa ambição. Motivação não lhes faltará. O resultado depois vê-se”, respondeu o treinador, que sente dificuldad­es em se caracteriz­ar nestas novas funções. “Tento ser diferente, valorizo muito os jogadores e só penso em vitórias...”, assumiu quem se revê em Toni, seu antigo timoneiro no Benfica, e em Nelo Vingada, que o levou para o Marítimo. *

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GLÓRIA. Kenedy jogou 85 vezes pela equipa principal

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