Estado de (des)graça
Na última semana assistimos a uma tentativa de pacificação da arbitragem portuguesa. A reunião com os clubes, apesar das desconfianças, teve um efeito positivo na jornada seguinte. Os jogos aconteceram normalmente, mesmo com os já ‘habituais’ erros da arbitragem que influenciaram ou não os resultados menos positivos de algumas equipas que lutam pelo título. Até quando este ‘estado de graça’ dos clubes em relação aos árbitros? Os clubes é que decidem. Se mantiverem o foco nos seus desempenhos, nos seus jogado- res e nos seus objetivos, menos tempo têm para falar de arbitragem. Infelizmente, normalmente acontece o contrário. Quando não conseguem alcançar os seus objetivos ou até mesmo quando o caminho que seguem não está a ser de sucesso, ‘escudam-se’ na arbitragem e nos erros dos árbitros. Qual o motivo de não falarem somente no fim do campeonato sobre os erros dos árbitros? A explicação é muito simples: se só falarem no final, já não podem alterar o rumo dos acontecimentos.
O futebol é jogado dentro do terreno de jogo mas querem ‘construir’ resultados fora dele. Porquê o investimento em diretores de comunicação? Em comentadores ‘pontas-de-lança’ que diariamente falam numa só voz? Acham que essas pessoas vão todas para o desemprego? Por isso é que não confio neste ‘estado de graça’ atual e muito rapidamente passará ao ‘estado de desgraça’ habitual. Os erros vão continuar a existir porque a nossa condição humana assim ‘obriga’, o que pode mudar é a forma com que ‘olham’ para eles. Interessa essa mudança? Para quem vai na frente interessa sempre, independentemente de ser a equipa A ou B; para os que vão atrás já não dá ‘jeito’ nenhum mudar as mentalidades. Assim vai o nosso país desportivo.