Record (Portugal)

QUANDO ELES ABALARAM O MUNDO

- NORBERTO SANTOS

Inês Henriques é a última atleta a juntar-se ao grupo de portuguese­s recordista­s mundiais

O recorde mundial de Inês Henriques nos 50 km marcha poderá durar pouco tempo, mas isso não deixa de constituir uma proeza digna de registo, mesmo que tenha sido a primeira vez que a federação internacio­nal instituiu oficialmen­te o registo de um recorde mundial na disciplina.

Aos 36 anos, a marchadora ribatejana é a segunda mais velha no grupo de cinco portuguese­s que bateram recordes mundiais num período de 33 anos (1984-2017). O primeiro português recordista mundial foi Fernando Mamede nos 10.000 metros em Estocolmo, a 2 de julho de 1984, pouco tempo antes dos Jogos de Los Angeles. O máximo durou 5 anos e foi aquele que perdurou mais tempo. Nessa altura, e apesar de os portuguese­s dominarem a nível mundial, o dinheiro que recebiam ficava muito aquém de outras grandes vedetas. “Pagaram-me 1.500 dólares de cachê (1.400 euros no valor atual) antes e depois deramme mais 3.000 dólares. Mas o Ste-

CARLOS LOPES DETÉM NA MARATONA A SEGUNDA MELHOR MARCA DE SEMPRE PARA ATLETAS COM MAIS DE 35 ANOS

ve Ovett e o Sebastian Coe auferiam dez vezes mais e o rei nessa altura era o norte-americano Edwin Moses, que raramente perdia uma prova de 400 metros barreiras. Fazia-se pagar bem...”, recordou Mamede a Record. Não tardou um ano para Portugal ter outro recordista mundial. Carlos Lopes já tinha feito 38 anos e depois de ter sido pela terceira vez campeão do Mundo de cortamato em Lisboa, aproveitou a embalagem para correr em tempo recorde a Maratona de Roterdão, a 20 de abril de 1985.

“Corri para o recorde sem ter certezas de quanto dinheiro poderia receber. Estava com 38 anos e sei que não teria muitas mais oportunida­des”, sublinhou Lopes ao nosso jornal. Na lista dos recordes de veteranos, Lopes ainda tem a segunda melhor marca de sempre no escalão de mais de 35 anos. O primeiro é o famoso etíope Haile Gebrselass­ie que com 35 anos fez 2:03.59 h em 2008, em Berlim. Numa corrida em que foi contratado para ‘lebre’ Dionísio Cas- tro acabou por ser o melhor numa prova de 20 km em pista. “Até dei palmadinha­s nas costas dos meus adversário­s para eles correrem mais rápido”, acentua. Fernanda Ribeiro espantou o mundo atlético com o seu recorde mundial nos 5.000 metros em pista em Hetchel, Bélgica, em 1995, um ano antes de se sagrar campeã olímpica, em Atlanta. *

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