CARLOS CARVALHAL
co. Ser o terceiro mais antigo não me admira, porque as dificuldades são enormes, e daí a minha satisfação e da minha equipa técnica, por continuar. Sexto lugar no primeiro ano, quarto no segundo, sabendo que as expectativas são mais altas no terceiro ano. As expectativas são um dos principais inimigos dos treinadores, mas aceitámos o repto, sem receio. Vamos procurar andar nos lugares de cima, com o objetivo de subir de divisão e melhorar o quarto lugar do ano passado. Se não o conseguirmos não será por falta de empenho ou atitude.
Porque decidiu ficar mais uma época, havendo rumores de que poderia treinar na Premier League ou em Portugal, por exemplo?
CC – Em primeiro lugar, nesta fase da minha vida, sendo ambicioso, o objetivo não passa pelo dinheiro nem pelo estatuto do clube. A ambição é desempenhar bem a minha função e estar onde me querem. Percebia que as pessoas queriam que ficasse, qualquer que fosse a classificação. O presidente contava comigo e o entendimento sobre a continuidade foi rápido, mesmo antes de aparecerem estes rumores. Dei-lhe a minha palavra mas disse que só decidiria após saber o que os adeptos e os jogadores pensavam. Quando terminou a época, vi a maioria dos adeptos pedir-me para ficar, e o capitão bateu-me à porta no último dia dizendo que os jogadores queriam que ficasse. Não deixei que os rumores crescessem e renovei. A vontade de treinar a Premier League não é maior do que treinar um clube de que gosto e onde gostam de mim, onde cantam o meu nome, onde os jogadores gostam de trabalhar comigo, e isso não tem preço. Sabemos que isto pode mudar, mas não troco esta felicidade de ânimo leve, percebendo que um dia vou deixar o clube, embora saiba que não nos esquecerão facilmente.
Quer explicar melhor que di- ficuldades tem esta competição?
CC – Uma coisa é preparar uma equipa na Turquia, onde as equipas
“VAMOSPROCURARANDARNOS LUGARESDECIMA,COMAMETA DESUBIRDEDIVISÃOEMELHORAR O4.ºLUGARDOANOPASSADO”
jogam de forma similar. Não é fácil, mas a construção desta realidade é mais previsível. Em Portugal ou Espanha, Itália ou Alemanha, sabemos mais ou menos com o que contar. E montamos uma equipa para estas dificuldades. O Cham-