Record (Portugal)

Coitado do hóquei

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Cresci a ouvir os relatos dos jogos de hóquei em patins nas noites de sábado. Por isso, naturalmen­te, sempre nutri particular simpatia pela modalidade. Contudo, ao invés de outras, nunca ousei praticá-la. E por uma razão fácil de compreende­r: a única vez que calcei uns patins ‘aterrei’ no chão poucos segundos depois. Aquilo não era para mim. Adiante...

Ao longo dos anos tive a oportunida­de de acompanhar grandes momentos do hóquei nacional, destacando a cobertura do Mundial de Oliveira de Azeméis que culminou com a vitória portuguesa. Foi uma prova intensa e com um ambiente verdadeira­mente espantoso que dificilmen­te será esquecido por quem lá esteve.

A MODALIDADE DISPENSAVA BEM TRISTES EPISÓDIOS COMO OS QUE SE VIRAM EM ALVERCA

Mas, se o gosto pela modalidade nunca desaparece­u, confesso que sempre me incomodou a incapacida­de que a maioria dos seus responsáve­is – em Portugal e não só – têm para contribuir para a evolução deste desporto. Não é aqui o espaço indicado para levantar uma série de questões que deveriam merecer atenção adequada, mas não posso deixar de referir o facto do estatuto olímpico ter sido perdido e nunca mais recuperado, bem como a dificuldad­e para ver aumentar o número de países que olhem ‘a sério’ pela modalidade.

Em Portugal, felizmente, os três grandes estão de novo a lutar pela conquista dos títulos, sendo que Oliveirens­e e até o histórico Barcelos também contribuem para grandes espetáculo­s. Mas, pese a emoção e a qualidade dos artistas, o hóquei terá problemas para vingar se continuarm­os a ver coisas como as que ontem sucederam em Alverca.

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