Record (Portugal)

Meninos nada queridos

- BENFICA

Tudo é mau no caso dos e-mails do Benfica. Começa pelo conteúdo, passa pela comunicaçã­o e subserviên­cia de alguns dos intervenie­ntes e acaba na própria divulgação desta informação. Entre homens feitos que só querem ser “meninos queridos”, a outros que admitem pôr “toda a carne no assador” por determinad­o clube, ninguém sai bem visto desta história.

Diz o Benficaque nenhum dos pedidos nas trocas de e-mails se concretizo­u. A nota do árbitro Manuel Mota não foi alterada, o filho de Adão Mendes não foi promovido e Nuno Cabral – o tal que só queria ser um menino querido aos olhos do clube liderado por Luís Filipe Vieira –, deixou de ser delegado da Liga. Tudo isso é verdade, mas só o simples facto de haver alguém

ESTE CASO DO PODE SER TUDO. OU PODE NEM SER NADA. VAMOS TER DE ESPERAR

que peça a ajuda de um clube para alterar decisões da Liga e da FPF mostra bem que, agora como antes, o poder e capacidade de influência dos três emblemas denominado­s grandes – neste caso, do Benfica – continuam a ser maiores do que o das instituiçõ­es que regulam o futebol português.

Se os clubes mandammais, e vão alternando nesse poder à vez, colocando os seus “players” nas posições de influência, está tudo errado. Se as contrataçõ­es de jogadores e treinadore­s forem tão importante­s para o sucesso como o são o recrutamen­to de intervenie­ntes que se saibam mexer nos bastidores da arbitragem, dificilmen­te poderemos ter um futebol onde os adeptos acreditem que todos os jogos se decidem apenas dentro do campo.

Este caso do Benficapod­e ser tudo. Ou pode nem ser nada. Mas deve ser investigad­o, até à exaustão, para que o futebol português se livre destes parasitas. De meninos, nada têm. De queridos, menos ainda.

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