A qualidade do jogo

Fernando Santos juntou-se ao clube dos que alimentam a mais velha discussão futebolística. Haverá, na história do jogo, algum exemplo de quem tenha ficado mais satisfeito com uma boa exibição do que com um bom resultado? E até que ponto a qualidade pode ser relativizada – ou quase desprezada – quando se fala de equipas que dispõem de alguns dos melhores jogadores do Mundo? Em primeiro lugar, quem ganha tem sempre razão. E se Fernando Santos levou Portugal à glória que parecia impossível, então tem larga margem para continuar a ‘jogar feio’. Convém, claro, é que não deixe de ganhar. É sempre preferível uma exibição horrível acompanhada por um resultado lindíssimo do que o inverso. O que a Seleção mostrou na estreia da Taça das Confederações já se tinha visto há um ano no Europeu de França. Não entusiasma nada, mas, pronto, costuma acabar bem. É ter paciência e aguentar mais uma semana e meia.

Há uma eternidade que os sub-21 não perdiam. Aconteceu ontem. A derrota chegou frente a uma Espanha de encantar, num jogo que foi um poema. É verdade que ficou em perigo a qualificação para a meia-final do Campeonato da Europa, mas nem por um minuto desapareceu o traço de qualidade que Rui Jorge impôs desde o primeiro dia. Ganha-se e perde-se com a mesma ideia. Mais do que um estilo, é uma forma de estar.