Record (Portugal)

“FOI A PRIMEIRA VEZ QUE VIVI ALGO ASSIM” R EI N ALDO G ARCIA

Internacio­nal argentino, de 34 anos, ajudou o FC Porto a reconquist­ar o campeonato de hóquei em patins, naquele que foi o seu sétimo título português, exatamente 10 temporadas depois do último, em 2006/2007

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Foi para ser campeão que voltou ao FC Porto?

REINALDO GARCIA – Sem dúvida que foi por isto que voltei. O título já fugia há uns anos, mas sabia que tudo isto era um processo que tinha de passar. Por isso, tinha de voltar a adaptar-me ao clube, aos novos colegas, a um novo treinador e sabia que o objetivo de ser campeão era complicado, mas felizmente depois do primeiro ano de transição conseguimo­s consolidar a equipa e atingir o título. + Notou um clube diferente?

RG – Notei muitas mudanças, é quase um clube diferente. A gestão é parecida, mas achei uma diferença grande em todos os sentidos. + Como foram vividos aqueles últimos minutos do campeonato?

RG – Foram os minutos mais longos desta época. Estava preparado para tudo. Durante o jogo fomos sabendo o resultado e mesmo quando o Sporting estava a ganhar 4-1 eu não acreditava que ia ficar assim porque em muitos jogos o Benfica inverteu o resultado nos últimos minutos. Nunca perdi a esperança que fôssemos festejar. Fo- ram dois minutos com uma carga emocional de um ano inteiro de trabalho em suspense e que se calhar por dois golos não íamos conseguir o título, mas festejámos. Já tinha vivido algo semelhante na carreira?

RG – Foi a primeira vez, custou e não quero outra a não ser que seja para ter o mesmo desfecho. Aprendemos com tudo isto.

O que acha que foi diferente este ano para as outras vezes em que ganhou? RG – No último ano que ganhei conquistám­os o título mais cedo e vive-se de outra forma, porque era uma equipa nova e o FC Porto se calhar era o candidato menos forte das outras equipas que lutavam pelo título. O Benfica era o mais forte porque tinha ganho o campeonato e era campeão da Europa. O Sporting e a Oliveirens­e eram equipas reforçadas e experiente­s e nós éramos um conjunto com bons jogadores, mas todos ainda em cresciment­o e demos um passo grande. Por isso são formas de festejar diferentes. Qual pensa ter sido o momento mais determinan­te para o FC Porto para esta temporada?

RG – A derrota contra o OC Barcelos fez-nos recordar o ano passado, mas falámos internamen­te e não deixámos ninguém ir abaixo e seguimos o nosso trabalho, pensando em cada semana. Foi o jogo que nos deu mais força ao contrário do ano passado que foi o jogo que nos pôs para baixo.

Correr quase sempre atrás fez aumentar a ansiedade?

RG – Nunca sentimos isso porque estivemos sempre muito próximos e pensámos sempre da mesma maneira que era ganhar todos os jogos, pois só assim é que podíamos ser campeões.

Como sentiram aquela expulsão do Jorge Silva em Oliveira de Azeméis?

RG – Quero acreditar que os árbitros tentam fazer o melhor e ser árbitro em Portugal é muito difícil e mais ainda quando são jogos de grande intensidad­e e grande nível, mas há erros que nos acontecem e não vemos isso noutras equipas e dá para pensar no assunto. Mas nunca desistimos, nem pensámos em deitar a toalha ao chão. Foi o que nos deu muita força.

Três títulos em dois anos. Este já é o FC Porto que conheceu?

RG – Quando me fui embora estava habituado a ganhar e finalmente voltámos a conquistar aquele que era o principal objetivo do clube: o campeonato. *

“FORAM DOIS MINUTOS COM UMA CARGA EMOCIONAL DE UM ANO INTEIRO DE TRABALHO EM SUSPENSE”, ADMITE

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