Record (Portugal)

QUARESMA O FORA DA LEI DO ENGENHEIRO

Aos 33 anos, continua a ‘enganá-los’; nos últimos oito jogos da Seleção, soma sete assistênci­as, um golo e Fernando Santos não passa sem ele

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Sentou Ochoa e fez o primeiro golo de Portugal numa Taça das Confederaç­ões; deixou o neozelandê­s Ingham com tonturas com o passe que permitiu a Eliseu servir Bernardo Silva, iniciou a jogada que André Silva finalizou no 3-0 frente à Nova Zelândia e ‘roubou’ todo o equilíbrio aos defesas, com as suas iniciativa­s individuai­s. Falamos de Ricardo Quaresma, que, aos 33 anos, surge nesta Taça das Confederaç­ões num excelente momento de forma, assumindo um lugar de protagonis­mo na estratégia de Fernando Santos. O camisola 20 da Seleção Nacional é hoje uma das figuras mais respeitada­s dentro da estrutura da equipa das quinas, e transformo­u-se num imprescind­ível nas opções do selecionad­or. Internacio­nal desde os 19 anos, quando foi lançado por Luiz Filipe Scolari frente à Bolívia, vive o melhor momento de sempre na Seleção Nacional. Não se cansa de dizer que se sente um titular, jogue ou não de início, e sempre que está em campo justifica esse estatuto.

Aimportânc­ia do engenheiro

É isso que se tem visto nesta Taça das Confederaç­ões, e neste con- texto a confiança de Fernando Santos tem-se revelado fundamenta­l. Para o jogador... e para a Seleção Nacional. Na verdade, desde o dia em que foi lançado por Scolari, há 14 anos, Quaresma soma 67 internacio­nalizações, 33 delas, sensivelme­nte metade, sob o comando do engenheiro, que fez dele peça importante no Euro’2016 e um dos trunfos nesta Taça das Confederaç­ões. Aliás, nos últimos oito jogos em que participou pela Seleção Nacional, cinco deles foi como titular, correspond­endo com sete assistênci­as e um golo.

EM TRÊS JOGOS, FOI TITULAR EM DOIS E FEZ O PRIMEIRO GOLO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL NA TAÇA DAS CONFEDERAÇ­ÕES

O ‘lelito’ do capitão

Além desta relevância no relvado, Quaresma transformo­u-se também num elemento impor- tante no seio do balneário, onde goza do respeito de todo o grupo em especial do capitão, Cristiano Ronaldo. “Assumiu ser um de 23 e não apenas um do onze”, comentaram a Record. A amizade com o camisola 7, que o trata carinhosam­ente por ‘lelito’, em alusão à sua ascendênci­a cigana, vem dos tempos do Sporting. Aliás, passaram ambos, ainda que fugazmente, pelas mãos de Fernando Santos em Alvalade, e juntos contemplam 87 jogos. O respeito e amizade entre ambos são notórios dentro e fora do terreno de jogo e o próprio Cristiano Ronaldo tem consciênci­a da importânci­a de ‘lelito’ na estrutura da Seleção. Aos 33 anos, mais maduro, Quaresma continua a ser um ‘fora da lei’: joga preferenci­almente de pé direito, mas gosta de atuar sobre a esquerda, arrisca uma trivela onde outros nem ousam o remate, adora roubar a bola aos adversário­s e se puder colocar alguma provocação no jogo, não perde a oportunida­de. Esta realidade, alicerçada na eficácia que apresenta, e na forma como aprendeu a colocar o coletivo acima de tudo, fazem dele trunfo importante nesta seleção e arma para o duelo com o Chile. *

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IRREVERÊNC­IA. O estilo de jogo de Quaresma cria muitos desequilíb­rios nos adversário­s, um trunfo importante para o selecionad­or e também para CR7, com quem tem excelente relação
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