Record (Portugal)

HAMILTON NÃO QUER FALAR COM VETTEL

FÓRMULA 1

- ISABEL DANTAS

Incidente de anteontem no GP Azerbaijão incendeia relações entre a Mercedes e a Ferrari

Se há umas semanas Lewis Hamilton se desfazia em elogios a Sebastien Vettel, agora parece que o verniz estalou de vez. A manobra que o alemão da Ferrari fez no decorrer no GP Azerbaijão de anteontem, colocando-se ao lado de Hamilton e empurrando-o ostensivam­ente, valeu-lhe uma punição de 10 segundos na corrida e um chorrilho de críticas de todos os quadrantes. Vettel diz que Hamilton travou bruscament­e quando ambos seguiam atrás do safety car, mas a verdade é que depois perdeu as estribeira­s. Seja como for, a tele- metria não mostra qualquer manobra ilegal por parte do britânico...

Vettel, já mais a frio, referiu que vai falar com Hamilton esta semana, mas pelo que o piloto da Mercedes contou depois à televisão britânica Sky, parece que o alemão vai ficar a falar sozinho. “Em primeiro lugar ele não tem o meu número. E eu apenas converso na pista. Ouvi o que ele disse depois da prova, não fui eu quem saiu da corrida a apontar o dedo...”, sublinhou Hamilton. Em Baku, ainda muito irritado, o britânico considerou que a condução de Vettel foi “repugnante”. “Se quer mostrar que é homem, acho que devemos fazê-lo fora do carro, cara a cara. Espero não o encontrar, pode acabar muito mal.”

Há quem defenda que a punição de 10 segundos foi demasiado branda para a gravidade do que sucedeu em pista, e que Vettel devia ter sido desclassif­icado. Toto Wolff, o diretor-executivo da Mercedes, não tem dúvidas: “Acabou-se o respeito, isto é uma guerra!” Niki Lauda, antigo campeão mundial e consultor da Mercedes, considera que Vettel “está louco”. “Normalment­e é um tipo decente, não compreendo o que se passou. O Hamilton vai agredi-lo um destes dias, com o carro ou a soco!” Já Maurizio Arrivabene, diretor da Ferrari, recordou o incidente entre Bottas e Raikkonen, no início da corrida, que causou danos no carro do homem da ‘scuderia’, a ponto de mais tarde abandonar. “Não queremos recriminar, esse não é o nosso estilo, mas estamos no coliseu ou na F1?”, referiu, minimizand­o, depois, as declaraçõe­s de Lauda: “Voltaremos no GP Áustria. Ele vai falar e nós vamos ouvir. Perfeito, faltam 12 corridas...” *

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DIFERENDO. Hamilton e Vettel de costas voltadas

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