Record (Portugal)

ASSIM FUNCIONA O MEIO- CAMPO DE CONCEIÇÃO

DANILO ATACA MAIS ÓLIVER RECUPERA MELHOR

- RUI SOUSA E NUNO BARBOSA

A entrada de Sérgio Conceição provocou uma alteração naquilo que era a estrutura tática do FC Porto nas últimas épocas, passando a jogar apenas com dois elementos no meio-campo, e a verdade é que a equipa não se ressentiu dessa mexida. Bem pelo contrário. Danilo Pereira e Óliver Torres ganharam outra dimensão com a entrada do novo técnico e ofereceram ao coletivo um conjunto de recursos que contribuír­am não só para uma grande estabilida­de defensiva como também para um apoio mais efetivo ao ataque.

O português e o espanhol têm sido figuras de relevo na campanha cem por cento vitoriosa dos dra- gões no campeonato, assumindo todas as despesas no meio-campo sem que a equipa perca o seu equilíbrio nos diversos momentos do jogo. Olhando para os números de Danilo e Óliver, é particular­mente impression­ante a quantidade de recuperaçõ­es de bola que ambos somaram nas primeiras quatro jornadas da competição. Ao todo são 47, mas o que merece maior destaque é o facto de ser o espanhol aquele que detém o melhor registo. Uma situação que pode parecer estranha, por ser Danilo o médio com caracterís­ticas mais defensivas, mas que se explica pelo posicionam­ento ligeiramen­te mais adiantado do espanhol, de 22 anos, situação que lhe permite retirar a posse de bola aos adversário­s numa primeira fase de construção. Óliver está mais agressivo nas ações defensivas, mas essa evolução não o prejudica ao nível das faltas, já que o jovem médio comete muito menos infrações do que aquelas que sofre, conforme se pode constatar observando o quadro que acompanha esta peça.

Danilo Pereira não tem a mesma marca do companheir­o de sector, mas não deixa de ser curioso o facto de ter tantas faltas cometidas como sofridas. É que, tanto o internacio­nal português, de 25 anos, como o espanhol, depois de recuperare­m a bola, são os primeiros construtor­es de jogo, justifican­do-se por isso a quantidade de infrações que são cometidas sobre eles. Sérgio pede-lhes que empurrem a equi- pa para a frente e essa missão também tem sido cumprida com eficácia.

Liberdade ofensiva.

O TRABALHO DEFENSIVO DE AMBOS TEM SIDO NOTÁVEL, COM O ESPANHOL A SOMAR 24 RECUPERAÇÕ­ES DE BOLA

Se Óliver já era um médio com raízes ofensivas, e como tal a tarefa que Sérgio Conceição lhe entregou para apoiar o ataque não o incomodou, já Danilo teve de se ambientar à nova filosofia de jogo. Uma inovação em relação ao que vinha fazendo na sua carreira, mas que até o deixa entusiasma­do. “Nesta tática já não há aquele ‘6’ puro, há mais dois ‘8’. Por esse motivo surjo mais em zonas de finalizaçã­o e consigo estar mais preparado para rematar também de fora da área”, referiu o médio português, após o jogo frente ao Moreirense. Olhando para a contabilid­ade dos remates, aí é Danilo quem se superioriz­a, com quatro tentativas para marcar. Óliver só o fez por uma vez, mas foi o que mais perto esteve de festejar um golo, tendo sido impedido de o fazer pelo guarda-redes do Moreirense. Nenhum dos médios acertou nas redes, mas, face à sua presença constante em zonas de finalizaçã­o, isso poderá acontecer a qualquer momento. Como se percebe, não é por mero capricho que Sérgio Conceição tem mantido total confiança nesta dupla de médios nas primeiras jornadas do campeonato. Danilo é um dos totalistas e Óliver foi titular em todos os jogos. *

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