JOSE ENRIQUE O CALVÁRIO DE UM HERÓI

A potência, força e classe deram-lhe o alcunha de ‘Búfalo’ e conduziram-no à Premier League. Brilhou no Newcastle e depois deu o salto para o Liverpool, assumindo-se como um dos craques da sua geração. Contudo, num jogo frente ao Man. United, o sonho do espanhol José Enrique virou pesadelo. “Um problema que supostamente me iria fazer parar três meses con- verteu-se numa ausência de dois anos. Fui visto por cinco médicos em Inglaterra mas não descobriram o que tinha. Após cada jogo o meu joelho inchava. Doía-me bastante, mas tanto me disseram que era psicológico que cheguei a acreditar. Não podia jogar sem medicação. Sentia-me tonto e tinha ataques de ansiedade”, recorda o jogador, explicando que a determinada altura o calvário adquiriu contornos angustiantes: “Só me treinava à sexta-feira e só podia correr em linha reta. Não conseguia virar-me. Assim foi durante quatro meses, com o menisco rasgado. Voltei a Espanha e nem conseguia andar.” Nos últimos anos no Liverpool, José Enrique treinava-se com a equipa principal e jogava nas reservas. “Foram os piores momentos da minha vida. Klopp deixou-me ser capitão na despedida e foi uma honra. Ficarei para sempre grato”. Aos 31 anos, o lateral terminou com o drama e pendurou as botas no Saragoça, juntando-se ao irmão, Salva, que gere carreiras de jogadores. “Não quero ser um inválido”, atira. *