O antigo guarda-redes de FC Porto e Chaves antecipou o embate de hoje entre ambas as formaç dificuldades das pessoas de Trás-os-Montes quando lá jogou e quando os dragões dominavam O ‘irmão’ de Jorge Jesus deixou ainda claros elogios ao atual treinador do
Sente- se feliz pelo ressurgimento do Chaves no 1º escalão do futebol português?
PADRÃO – O Chaves tem uma grande família que resolveu trazer o clube aos tempos áureos da década de 1980 e tiro o chapéu ao sr. Francisco Carvalho. A verdade é que o Chaves teve uma entrada fantástica, é uma equipa muito respeitada no futebol português. Jogávamos muito bem e olhos nos olhos no Estádio da Luz, Antas ou Alvalade. A deslocação mais perto que fazíamos para o campeonato eram 3 horas e meia, que era até Guimarães. Era mesmo uma província ostracizada. Eram as terras do fim do Mundo como disse naquela altura o presidente [do Benfica] Fernando Martins. Levava-se quase mais tempo de Lisboa a Chaves do que de Lisboa a Moscovo de avião, mas criou-se uma mística. Eu tinha a minha ‘sede’ no Algarve e ia duas vezes por ano a casa. Era como se estivesse a jogar na Alemanha ou Inglaterra. O convívio, as dificuldades, todo aquele grito de revolta de uma região e de um povo resultava numa equipa de futebol. to Dourado. Digam o que disserem, é o mesmo que assumir que o Maradona jogava bem futebol por ‘snifar’ cocaína. Assim sendo, ‘snifávamos’ todos e éramos todos Maradonas (risos). Por vezes escolhem-se os caminhos mais fáceis e rápidos para chegar ao sucesso, mas este só existe quando as pessoas têm valor e o FC Porto ganhou muita coisa lá fora. Não me digam que o Apito Dourado correu por essa Europa porque isso está fora de questão.
E como guarda-redes que foi, como analisaapresençade IkerCasillas na baliza portista?
P – Vítor Baía esteve num patamar muito superior ao Iker Casillas. Tenho-lhe muito respeito e admiração – e quem sou eu para falar do grande Casillas face aos títulos que já conquistou? – mas a verdade é que teve uma carreira muito acima do potencial que tinha, marcada por uma dose de felicidade. Aliás, a estreia dele pelo Real Madrid na Liga dos Campeões, creio que com o Bayer Leverkusen, é isso mesmo. Teve sangue frio, atitude, mas o melhor guarda-redes que eu vi jogar foi o
“NÃO ME DIGAM QUE O APITO DOURADO CORREU POR ESSA EUROPA FORA PORQUE ISSO ESTÁ FORA DE QUESTÃO”