Record (Portugal)

“QUE NINGUÉM PAGUE A MINHA CLÁUSULA DE RESCISÃO!”

-

Tem no Barcelona uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros, mas entretanto já saiu o Neymar por 220 milhões e seguiram-se outras transferên­cias astronómic­as. Acredita que, neste contexto, alguém ainda pagará os 100 milhões da sua cláusula?

NS – Espero ficar aqui o resto da minha carreira. Espero é que ninguém chegue e pague! Quero é renovar mais e mais anos e, se possível, terminar aqui a minha carreira. Quero fazer história no Barcelona.

Como tem sido a sua integração no Barcelona? Chegou a um balneário recheado de estrelas... NS – (risos) É verdade. Mas tem sido muito bom mesmo. Desde o primeiro dia fui muito bem recebido. É um balneário cheio de estrelas, mas foi fácil. Receberam-me bem. Há colegas que falam a mesma língua e isso ajudou-me bastante na adaptação.

Sentiu aquele choque de entrar num sítio e ver caras que só via na televisão?

NS – Por acaso, tive um ou dois choques assim mais fortes... Com o Messi – o Leo – e com o Neymar também. Quando entrei no balneário pensei: ‘Eh... Estão aqui em pele e osso. Estão aqui e agora são meus colegas!’. Tenho de agradecer isto a Deus.

E como foi o processo de transferên­cia? Teve mais propostas? Falou-se em Manchester United e Bayern Munique, por exemplo. NS – Houve rumores, sim, mas não sei que outras equipas tinha. Sinceramen­te, depois de saber que tinha o Barça, as outras equipas ofuscaram-se um bocado. Porque o Barcelona é o Barcelona, não é? Desde que soube que tinha o Barça, tanto eu como os meus agentes focámo-nos nisso. Felizmente, correu tudo bem.

Custou 30 milhões de euros, mais objetivos. Quando um jogador chega a um clube com esse selo na bagagem, pesa?

NS – Sim, pesa. Mas sei que tenho valor e estou aqui para demonstrál­o. Trabalho todos os dias com esse propósito e espero recompensa­r da melhor maneira.

E como vê o peso das comparaçõe­s com Dani Alves? Pensa nisso? NS – Antes de mais, para mim, e não pelo facto de substituir o Dani Alves. Porque quero muito singrar neste clube e fazer história aqui. Depois, sei que os adeptos do Barcelona têm um carinho muito grande pelo Dani Alves. E eu também o tenho, porque para mim é uma grande referência. Mas quero singrar mais por mim [bate no peito] do que para ser o sucessor do Dani Alves. Quero ser o Nélson. Sei que ele tem uma grande história aqui e inspiro-me nele todos os dias, porque para mim é o melhor na minha posição. Serveme de exemplo, mas quero singrar por mim.

E como foi lidar com a desconfian­ça inicial dos adeptos do Barcelona e também da imprensa espanhola?

NS – Super tranquilo. É algo que acontece não só aqui, mas em todo o lado. Há sempre esse ‘pressãozin­ha’, que é boa. Estou no Barcelona e sei que tenho de dar o litro. Mas é algo que acontece em todo o lado. Há quem fale bem, quem fale mal. Faz parte da profissão e temos de ser profission­ais.

E como é a transição de um clube como o Benfica, que assume mais a luta para ganhar tudo a nível nacional, para outro que aponta a ganhar tudo também a nível internacio­nal?

NS – Penso que é um bom desafio. Um grande desafio. O Benfica é um grande clube, consegui fazer dois anos bons lá e, mesmo a nível europeu, fizemos boas campanhas na Liga dos Campeões. A transição para o Barcelona, equipa que está habituada a ganhar a nível nacional e internacio­nal, é um grande desafio mesmo. E estou contente por estar num clube que tem essas ambições.

O presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, disse em recente entrevista que a equipa está mais forte do que na época passada, apesar da saída de Neymar. Também pensa o mesmo?

NS – Saiu o Neymar, mas temos muitas e boas opções. Chegou agora o Dembelé, temos o Deulofeu... Temos jogadores que vão, com certeza, dar conta do recado e deixar uma grande imagem.

E em concreto, o que se passou naquele famoso desaguisad­o com Neymar?

NS – Nada de especial. São jogadas que acontecem no treino, coisas normais. Treinamo-nos muito intensamen­te e há sempre aquela picardia. Mas são coisas que acontecem. Está tudo bem, fizemos as pazes e desejo-lhe o melhor.

Já disputou um clássico com o Real Madrid, na Supertaça de Espanha. Como analisa esse clássico mundial e também o próprio Real Madrid, de Cristiano Ronaldo? NS – É uma grande equipa e o clássico é um grande, grande jogo mesmo! São duas equipas muito boas, não tivemos a felicidade de ganhar esse troféu, mas agora vão ser pelo menos mais dois jogos muito bons, intensos. E espero sair por cima. *

“QUERO RENOVAR PELO BARCELONA E, SE POSSÍVEL, ACABAR AQUI A CARREIRA. QUERO FAZER HISTÓRIA AQUI”

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal