Record (Portugal)

Liga muito animada

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A COMPETITIV­IDADE PODE INDICIAR ALGO DE MUITO BOM PARA O FUTEBOL PORTUGUÊS AS EQUIPAS PREPARAM-SE MELHOR, ESTÃO MAIS OUSADAS, TÊM MAIS QUALIDADE E RIGOR TÁTICO. OS JOGADORES OUVEM MAIS OS TREINADORE­S

dificuldad­es que os grandes encontrara­m para levarem de vencida os seus opositores podem indiciar algo de muito bom – as equipas prepararam­se melhor, estão mais ousadas, têm mais qualidade e rigor tático, os jogadores ouvem mais os treinadore­s e, inquestion­avelmente, nota-se mais estudo.

Quando as vitórias dos grandes são difíceis há a tendência

para olharmos mais para os pecados que eles cometeram e não para as virtudes que as equipas mais pequenas tiveram. Por exemplo, no BenficaPor­timonense pode condenarse a má primeira parte de um Benfica pouco dinâmico, mas não se pode passar ao lado da excelente organizaçã­o da equi- pa de Vítor Oliveira, que conseguiu discutir o jogo sem ‘montar um autocarro’ à frente da sua baliza.

Sabe-se como foi no segundo

tempo. A ousadia de Portimão foi premiada, mas o Benfica conseguiu dar a volta ao resultado e sofreu, ainda assim, mesmo até ao final em que consentiu um empate festejado pelos algarvios, mas que o vídeo-árbitro (bem) anulou. O Benfica não esteve bem, mas há muito mérito do Portimonen­se.

O mesmo se pode dizer, e até com maior propriedad­e,

do Feirense, que jogou olhos nos olhos com o Sporting. Vendeu muito cara a derrota e sofreu o golo no fim, na transforma­ção de um penálti. O Feirense fez um trabalho excelente sem estar remetido a uma defesa rígida; atacou sempre muito bem, sempre com perigo, e não deu descanso ao comandante do campeonato, tanto que o empate não se desajustar­ia ao que se passou ao longo do jogo.

O Chaves, por seu turno, tornou melhor a vitória do FC

Porto, que foi dura, deu trabalho, mas há nessa dificuldad­e também muito mérito dos transmonta­nos pela postura brava ao longo de todo o jogo.

O campeonato português está entre os melhores da Europa.

Não tem o mediatismo do inglês, do italiano ou do francês, mas começa a ganhar muitos adeptos. É daqui que saem alguns dos bons jogadores para os grandes clubes europeus.

Acompetiti­vidade que se esboça neste início de época pode

indiciar, como disse, algo de muito bom para o futebol português, se não nos dermos já por derrotados e dizer, por exemplo, que será difícil manter este equilíbrio até ao final. Claro que é difícil, mas é possível termos um campeonato mais animado, em que os grandes, os que têm os melhores jogadores e os mais bem pagos, sejam obrigados a trabalhos forçados para alcançarem as suas vitórias.

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