Record (Portugal)

SOARES SOSSEGOU O DRAGAO

O golo do brasileiro foi determinan­te para ‘matar’ o Chaves quando o jogo estava aberto, mostrando que o seu regresso foi providenci­al

- CRÓNICA DE RUI SOUSA

triunfo robusto alcançado pelo FC Porto no regresso à competição está longe de traduzir as dificuldad­es sentidas pela equipa de Sérgio Conceição, que teve de sofrer para vencer pela quinta vez no campeonato e assim manter-se colado ao Sporting na frente da classifica­ção e com o Benfica dois pontos atrás. Depois de uma primeira parte em que os dragões abusaram das incursões pelo corredor central, muito bem povoado pelo meiocampo do Chaves, denotando um claro défice de ideias e velocidade de execução e tendo em Corona um elemento a menos, Sérgio Conceição sacou do banco Soares para mexer com o jogo e acertou em cheio. O brasileiro esteve na origem do golo de Aboubakar, conquistou o penálti e marcou o tento que sossegou o Dragão. Sim, tranquiliz­ou os adeptos portistas, porque na altura em que Maras levou o braço à bola e empurrou Soares para a marca de penalidade máxima, o jogo estava partido e o Chaves já tinha silenciado o estádio em duas situações de golo iminente. Primeiro William e pouco depois Thiago Galvão deslumbrar­am-se com tantas facilidade­s entre a melhor defesa do campeonato e atiraram para fora quando estavam em excelente posição na cara de Casillas. Luís Castro nem queria acreditar no desperdíci­o e parecia adivinhar o que por aí vinha. Soares, de regresso à equipa após longa paragem por lesão, não facilitou e acabou com as esperanças do Chaves de conseguir pontuar pela segunda vez neste campeonato. Do susto à apoteose foi um instante e Marega, um verdadeiro guerreiro em campo, marcou o terceiro golo dos dragões num remate de primeira, levando as bancadas ao delírio.

O FC Porto pode não ter justificad­o uma vitória tão confortáve­l como a que conseguiu, até porque as oportunida­des de golo não abundaram, mas ninguém pode apontar o dedo ao caráter e capacidade de trabalho desta equipa, onde todos estão prontos a ajudar. Exemplos disso foram Layún, grande surpresa entre os titulares, ocupando o lugar de Ricardo Pereira, e Corona, que não conseguiu disfarçar o cansaço de uma longa viagem desde o México, mas que mesmo assim não se recusou a ir a jogo, tendo procurado desequilib­rar na primeira parte, embora sem resultados práticos.

Soluções

Olhando para o plantel do FC Porto percebe-se o que Sérgio Conceição transmitiu na véspera e

manter o equilíbrio da equipa é mesmo um golpe de magia do treinador. A inteligênc­ia e criativida­de de que Sérgio falou ficaram mais uma vez demonstrad­as ontem, com as constantes trocas de posições levadas a cabo na segunda parte, consoante aquilo que o jogo pedia.

Quando Corona saiu, Marega passou para a direita, colocandos­e Soares mais perto de Abou- bakar. Assim que o camaronês abandonou o relvado foi Otávio quem ocupou um lugar na zona central, mas ligeiramen­te mais atrás de Soares, embora mantendo-se o 4x4x2. Finalmente, quando Sérgio percebeu que mais importante do que ir à procura dos golos era segurar o Chaves, fez entrar André André para o meiocampo, na ajuda a Danilo Pereira e Óliver Torres, e aí os dragões passaram a jogar em 4x3x3, com Otávio à esquerda do ataque, Marega à direita e Soares como elemento mais adiantado. Coincidênc­ia ou não, foi nesse período que os portistas colocaram um ponto final na discussão do jogo.

Uma vitória justa do FC Porto perante um Chaves que procurou praticar um futebol positivo e que se apresentou no Dragão com mais argumentos na equipa do que há umas semanas. *

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