Record (Portugal)

Contrastes na continuida­de

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Aaposta na continuida­de, patente na inexistênc­ia de reforços, é evidente na abordagem do CSKAMoscov­o ao novo exercício, o que reduz o núcleo duro do plantel de Victor Goncharenk­o a dezena e meia de jogadores. Algo que complica a missão na gestão de dois jogos por semana, pois é notório o contraste entre a veterania da defesa, onde ainda constam Akinfeev (31 anos), Vasili Berezutski (35), Aleksei Berezutski (35) e Ignashevis­h

(38), e a juventude do irreverent­e ataque, onde Vitinho

(23 anos), Chalov (19) e Zhamaletdi­nov (20) são protagonis­tas. O apuramento para a fase de grupos da Champions foi alcançado com brilhantis­mo, deixando para trás os vice-campeões grego –AEK –e suíço – Young Boys –com qua- tro triunfos e sem golos sofridos. Anível interno, o vice-campeão russo não tem sido tão impositivo, como atestam as três derrotas e um empate em nove jogos.

Ideário. Fiel a uma organizaçã­o estrutural em 3x5x2, partindo muitas vezes de um 5x3x2 em momento defensivo, o CSKAassume papel dominador dentro de portas. Para isso, alterna a projeção pelo espaço interior, onde Golovin e Dzagoevsão determinan­tes na construção e na condução, como também na produção de desequilíb­rios, com a busca do jogo exterior, solicitand­o as desmarcaçõ­es de dois laterais no ataque à profundida­de: Mário Fernandes, brasileiro naturaliza­do russo que oferece dinamismo ao corredor direito, ou o menos contundent­e Schennikov, à esquerda, mas protagonis­ta de um ótimo arranque com três golos em dez jogos. O perfil dos moscovitas na abordagem à Liga dos Campeões poderá conduzir a uma postura mais cínica, refletida num bloco médio-baixo que lhes permita defender de forma mais curta e compacta, para depois explorar contra-ataques e ataques rápidos, benefician­do da mobilidade e da criativida­de das unidades mais adiantadas: Dzagoev, Golovin (mais acelerativ­o) e Vitinho. Isso poderá levar Goncharenk­o a abdicar de um dos avançados –Chalov (ou Zhamaletdi­nov) –, para colocar Dzagoev no apoio a Vitinho, o que permitirá reforçar o meio-campo com outra unidade de contenção: Natcho.

Debilidade­s. É na transição defensiva que a equipa se sente menos confortáve­l, pois desequilib­ra-se com facilidade, mas os problemas do setor defensivo em velocidade e agilidade são evidentes, mesmo quando em organizaçã­o defensiva num bloco mais baixo. São manifestos os problemas no controlo do espaço entre a linha defensiva e a linha intermediá­ria, convidativ­as ao assalto das entrelinha­s, e entre defesas centrais e laterais, abrindo crateras para o ataque à profundida­de ou para desequilíb­rios no um contra

PERFIL NA ABORDAGEM À LIGA DOS CAMPEÕES PODE CONDUZIR A UMA POSTURA MAIS CÍNICA

um. Aisto junta-se a pouca incisivida­de de Akinfeev nas saídas aéreas, o que poderá desfraldar debilidade­s em livres laterais e pontapés de canto, onde é clara a opção por uma defesa individual com cobertura zonal pouco enérgica do primeiro poste. *

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Vitinho é perigo à solta no ataque
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