Insuficiências para leão atacar
estreia com um triunfo na deslocação ao terreno do heptacampeão grego Olympiacos, num confronto que se antevê titânico, pode ser decisiva para o Sporting. Isto porque poderá permitir que seja dado um passo crucial para afiançar o 3.º lugar, obstando à eliminação precoce das competições europeias, algo que deve ser visto como o objetivo principal para a formação comandada por Jorge Jesus, sobretudo quando está enquadrada num grupo onde terá de se digladiar com Juventus e Barcelona. Após uma época atípica, em que teve quatro treinadores – Paulo
Bento foi o segundo, após Victor Sánchez ter falhado o acesso à fase de grupos da Champions –, concluída com o habitual título, a lenda de Pireu apostou em Besnik Hasi, prematuramente despedido do Legia Varsóvia em 2016/17, para assumir a sucessão de Takis Lemonis. Apesar de um começo titubeante no que concerne à qualidade exibicional, o técnico albanês afiançou, depois de eliminar o Partizan e o Rijeka, a 18.ª presença na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Individualidades. Fiel a uma organização estrutural em 4x2x3x1, o Olympiacos está habituado a assumir um papel dominador dentro de portas, em que passa grande parte das partidas em ataque posicional. Contudo, a incorporação de uma dezena de reforços está a expor muitas arduidades em estabelecer conexões com fluidez entre os diferentes sectores, o que pode ser convidativo a uma pressão média-alta por parte dos leões. Contudo, a qualidade na condução e no passe de Odjidja-Ofoe e Fortounis, também muito perigoso a surgir em zonas de finalização, associada à velocidade e à criatividade dos extremos Marin, Sebá, Carcela e Pardo, e à pungência no ataque à profundidade de Djurdjevic, Emenike e El Fardou Ben, tripla que discute o lugar de principal referência ofensiva, tornam o Olympiacos numa equipa bem mais perigosa na exploração de contra-ataques e ataques rápidos. O que poderá conduzir à apresentação de uma versão mais cínica e expectante na Eu- ropa, convidando o adversário a assumir o jogo. Outra força dos gregos passa pela exploração de lances de bola parada: Fourtonis – com Marin e Carcela na sombra – é um bom marcador de livres frontais, mas o maior perigo poderá surgir dos livres laterais e pontapés de canto, com Engels muito forte no jogo a aéreo.
HABITUADO A DOMINAR NA GRÉCIA, O OLYMPIACOS PODE APRESENTAR VERSÃO MAIS CÍNICA
Inconsistência. A principal arduidade do Olympiacos passa pela parca consistência do seu processo defensivo. Tanto no momento de transição como no momento de organização. A saída do promissor Retsos (Bayer Leverkusen) e a lesão do sérvio Vukovic (ex-Konyaspor) enfraqueceram a zona central do sector defensivo, onde o adaptado Romao e o recém-chegado Engels formam uma dupla que revela uma falta de rotinas tremenda, que se prolonga à relação com os laterais e com os médios de contenção. *