Muita qualidade de jogo
Mesmo com pressão organizada por parte do FC Porto, que promoveu a subida de Herrera no terreno, servindo os seus dois avançados, o Rio Ave não abandonou as suas ideias e tentou sair em passe curto por Cássio [1]. Neste momento do jogo, todos demonstraram paciência e persistência , sendo fiéis ao modelo de jogo. Aformação vila-condense não caiu em tentações fáceis. Tanto no FC Porto como no Rio Ave prevalece o ataque organizado na construção de jogo ofensi-
MIGUEL CARDOSO NÃO SURPREENDE NESTE ANO DE ESTREIA. O RIO AVE TERÁ CERTAMENTE SUCESSO
vo. Privilegia-se a posse de bola apoiada e, em organização defensiva, ambos os conjuntos apresentaram-se coesos e sem desequilíbrios, consentido muito pouco espaço ao adversário [2], o que provocou imensas dificuldades de progressão no terreno.
Já em esquemas táticos intermédios, o Rio Ave não usou a grande área como referência [3] , eliminando a profundidade ao FC Por- to e afastando os dragões da zonas de finalização. Aequipa comandada por Sérgio Conceição entrou muito bem na segunda parte, mantendo a organização estrutural com que já tinha acabado o primeiro tempo (4x2x3x2). Este bom início de segundo período permitiu aos dragões chegar ao primeiro golo. A vitória portista é conseguida, aliás, com todo o mérito, apesar dos erros defensivos do opositor. Ter um modelo de jogo, treiná-lo corretamente até ao limite, ver os seus jogadores aplicá-lo, avaliar o adversário e treinar a estratégia para o jogo é algo que ficou patente nas duas equipas e há que dar os parabéns aos dois treinadores pelos méritos revelados.
No caso do Rio Ave, Miguel Car- doso, neste ano de estreia na Liga, apenas surpreende quem não seguiu o seu percurso e o conhecimento que adquiriu do jogo e do treino. O Rio Ave mostrou que defender não é a única (nem a melhor) forma de condicionar o adversário. Perdeu, mas com esta atitude e com a ideia de jogo demonstradas estará sempre muito mais perto do sucesso.