DISCURSO DO MÉTODO
Palavras de Jorge Simão ao intervalo assumidas como decisivas para a reviravolta histórica
Jorge Simão prometeu e cumpriu, deixando tudo na vontade dos jogadores em mostrar já serviço. Por isso mesmo é que o treinador, além de dar mérito ao trabalho do antecessor Miguel Leal, colocou o grupo no pedestal, aproveitando esta oportunidade de ouro para ter já o plantel completamente do seu lado.
Eis o verdadeiro efeito de uma chicotada que foi mesmo só psicológica, como o próprio treinador admitiu no final da vitória histórica sobre o Benfica, a sua primeira na carreira frente aos encarnados e onze anos depois da última vez em que os axadrezados tinham conseguido vencer as águias. No fundo, o que Jorge Simão fez e aí pode ter algum mérito, embora não o tivesse feito notar no discurso após o jogo de anteontem, foi usar da sua (boa) palavra, assumindo o discurso como a única arma que tinha à disposição para, em apenas dois dias e dois treinos, conseguir dar algum cunho pessoal à equipa, neste momento procurando mexer naquilo que estava ao seu alcance: a atitude, a crença e a agressividade.
Não é por acaso que tudo mudou para melhor após o intervalo, altura em que Jorge Simão ganhou pontos com um discurso de grande motivação e que teve efeitos imediatos nos jogadores e, por arrasto, nos próprios adeptos. Além disso, foi aí que o novo treinador teve a primeira intervenção técnico-tática visível, mexendo no onze que tinha sido o último de Miguel Leal na derrota em Guimarães, ao apostar em David Simão para o lugar de Gilson Costa. *