Record (Portugal)

HERÓIS DA TAÇA

Vítor Gregório terminou a carreira na época passada mas voltou para ajudar o Alta de Lisboa a afastar o Salgueiros

- CLÁUDIA MARQUES

IMPUSERAM-SE A ADVERSÁRIO­S DE ESCALÕES SUPERIORES

Quando no final da época passada o Alta de Lisboa falhou a subida aos nacionais, uma das desilusões dos jogadores do clube fundado em 2005 foi não poderem participar na Taça de Portugal. A repescagem do 2º classifica­do da AF Lisboa fez renascer o sonho e, neste momento, chegaram já mais longe do que o anterior campeão distrital, o Pêro Pinheiro.

O capitão Vítor Gregório ainda não tem palavras para descrever como foi vencer o Salgueiros, equipa que não é a de outros tempos, habituado a jogar na 1ª Divisão, mas a mística está lá... bem como o apoio da claque Alma Salgueiris­ta, que esteve representa­da por cerca de 200 pessoas no Alto do Lumiar. A perder, por 0-2, foi ele quem deu o mote para a reviravolt­a, de um jogo que acabou 3-2. “Ficámos contentes por apanharmos um histórico do futebol

“DEPOIS DESTE JOGO MERECÍAMOS APANHAR UM CLUBE DA LIGA NOS”, DIZ O CAPITÃO DOS LISBOETAS

português. Não deixa de ser o Salgueiros e é uma equipa profission­al”, afirmou o médio de 36 anos. “Só nós jogadores é que acreditámo­s que podíamos ganhar. É a primeira vez que o clube participa na Taça de Portugal. Queremos fazer história”, disse com convicção. “Depois deste jogo merecíamos apanhar um clube da Liga NOS, um encontro que fosse benéfico financeira­mente para clube, que tem um orçamento de 1.500 euros por mês”, disse o jogador que é também treinador dos juniores e já foi... ex-atleta.

Regresso por uma boa causa

No final da época passada Vítor Gregório anunciou o fim da carreira. Na receção ao vizinho e rival Águias da Musgueira, que venceu, por 3-0, na penúltima jornada, foi homenagead­o pelo clube. O adeus era certo, até um imprevisto o fazer mudar de ideias. O investidor desistiu da ajuda ao clube a uma semana do início dos trabalhos e apenas dois dos jogadores contratado­s, Quinaz e Renato, aceitaram ficar. Quando o presidente Jorge Malacho lhe pediu que os ajudasse, nem hesitou.

“O amor ao clube e o bichinho pelo futebol falaram mais alto. Mas este ano é mesmo o último, pois o meu filho Vasco, de 6 anos, entrou para a escola e necessita de um maior acompanham­ento”, explicou Vítor , que assume que muitas vezes custa sair de casa às 7 da manhã e regressar à meia-noite quando os filhos estão a dormir. “A Vitória tem 15 meses e ainda não com- preende, mas o Vasco já me chegou a dizer ‘nunca jantas’. Custa um pouco”, admitiu, lembrando que vai ali todos os dias da semana Em fevereiro de 2015, a pedido do coordenado­r da formação, Nélson Lemos, assumiu o comando dos juvenis e agora orienta os juniores, com a meta de subir aos nacionais. *

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