Record (Portugal)

VALEU A INTENÇÃO

A causa solidária e a oportunida­de dada por Fernando Santos a elementos menos utilizados foi o melhor que o jogo proporcion­ou

- CRÓNICA DE LUÍS PEDRO SOUSA

Portugal não conseguiu melhor do que um empate frente aos Estados Unidos no segundo jogo particular pós-qualificaç­ão para o Mundial’2018. As oportunida­des dadas por Fernando Santos a elementos menos utilizados – houve mesmo três estreias pela equipa principal – e a consequent­e falta de rotinas que a equipa evidenciou explicam em grande parte o desempenho pouco satisfatór­io da Seleção Nacional. O resultado e as lacunas detetadas não querem dizer, no entanto, que os principais objetivos não tivessem sido cumpridos. Além da causa solidária, o patamar mais importante de todos, o selecionad­or nacional pôde ver em ação um leque alargado de jogadores cuja presença no Mundial da Rússia está em dúvida. Mas, ontem, poucos foram os que marcaram pontos nesse sentido, muito por força da tal falta de automatism­os do coletivo. Beto esteve em evidência, fruto de um punhado de intervençõ­es de grande nível, e Antunes, além do golo obtido, assinou também bons pormenores, assumindo-se como um jogador a ter em conta para a convocatór­ia final. De qualquer forma, as oportunida­des foram dadas... e por duas vezes em menos de uma semana.

Fernando Santos, ao contrário do que sucedera na última sexta-feira frente à Arábia Saudita, não abdicou do 4x3x3. Experiment­ou-o com Gonçalo Guedes a ponta-de-lança, na primeira parte, e Gonçalo Paciência, na segunda. O saldo não foi positivo em nenhum dos casos, apesar de o atual avançado do V. Setúbal ter beneficiad­o da presença emcampo de João Mário e Bernardo Silva para incomodar mais a defesa norte-americana.

Começar atremer

Neste contexto não é de estranhar que Portugal tenha revelado muitas dificuldad­es no início da partida. A pressão alta exercida pelos EUA e a tal falta de rotinas entre os jogadores nacionais permitiram ao opositor duas claras situações de golo logo nos primeiros dois minutos. Mesmo começando, depois disso, a reequilibr­ar o jogo, o primeiro golo norte-americano surgiu com alguma naturalida­de, num de muitos lances em que Ricardo Ferreira não esteve feliz.

O golo da igualdade, dez minutos volvidos, acabou por cair do céu (enorme fífia de Horvath), mas marca já um período em que Portugal começou a ganhar supremacia, que foi sendo cada vez mais visível até ao intervalo. Manuel Fernandes e Danilo, este após nova oferta do guarda-redes adversário, quase garantiram, curiosamen­te, que a Seleção Nacional ti-

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