“Voltar a fazer uma gracinha”
Ganhou Taças de Portugal ao Benfica em 1965 e 2005. Tal como na época passada, Carlos Cardoso, 72 anos, acredita que o V. Setúbal pode travar as águias
“O SECTOR DEFENSIVO DO BENFICA É POUCO SEGURO EM COMPARAÇÃO COM A TEMPORADA ANTERIOR”
Quais as primeiras recordações que lhe ocorrem quando pensa em jogos com o Benfica?
CARLOS CARDOSO – A primeira Taça que o V. Setúbal ganhou em 1964/65. O Benfica tinha uma equipa superior e o Vitória conseguiu chegar ao Jamor e pregar-lhes 3-1. Era o super Benfica de Eusébio, Coluna, Torres e José Augusto. Era eu um miúdo e estive no meio da ‘passarada’ toda. Inesquecível! Em 2005, como treinador [adjunto de José Rachão], também ajudei a conquistar a Taça ao Benfica [2-1]. Foram os melhores momentos da minha carreira. + Qual a probabilidade de o V. Setúbal triunfar no Estádio da Luz?
CC – De vez emquando há surpresas com os ‘grandes’. Na época passa- da, o Vitória ganhou ao Benfica no Bonfim (1-0) e empatou na Luz (11). Tem todas as possibilidades de voltar a fazer uma ‘gracinha’. O Vitória não está muito forte neste momento, mas cada jogo tem a sua história. Podemos ser felizes na Luz. + Como está o Benfica em comparação com 2016/17?
CC – Há um ano era mais forte. Saíram vários jogadores importantes e as contratações não compensaram as saídas. Isso é ainda mais evidente na Liga dos Campeões, onde não conseguiram somar qualquer ponto em quatro jogos.
+ Pode o Vitória tirar partido de o adversário jogar apenas quatro dias depois em Moscovo? CC – Sim. O Benfica vai investir tudo nesse jogo para manter a esperança no apuramento. Se pensarem nesse jogo podem ter algum descuido e permitir ao Vitória um bom resultado.
De onde vêmos principais perigos da equipa do Benfica?
CC – O meio-campo e ataque são os setores mais fortes. Pizzi, Salvio, Jonas e Jiménez têm muita categoria e podem complicar. Já o sector defensivo é pouco seguro em comparação com a temporada anterior. A presença de Nélson Semedo, Lindelöf e de Ederson, que é para mim o melhor guarda-redes do Mundo da atualidade, davam outra segurança a um sector que é atualmente mais frágil. *