Record (Portugal)

UM CANDIDATTO A ESPREITA

António Salvador já avisou que esta Liga vai ter uma luta a quatro. Será mesmo possível?

- RICARDO VASCONCELO­S

De sonho a promessa. António Salvador nunca escondeu o desejo de ver o Sp. Braga sagrarse campeão nacional, mas nos últimos tempos a sua ambição ganhou outra dimensão com o anúncio de que o título é possível até ao centenário do clube. Ou seja, até 2021. Há poucos dias, e depois de uma arbitragem polémica em Alvalade, o líder arsenalist­a foi ainda mais perentório: “Podem querer um campeonato a três, mas vão ter de contar connosco.”

Com o FC Porto a querer quebrar a hegemonia recente do Benfica e com Jorge Jesus a ter de fazer pela vida para correspond­er ao alto investimen­to da SAD leonina, será que o Sp. Braga pode sonhar, já esta época, com o título? Os três analistas de Record dão a resposta. “Não é candidato ao título, nem creio que essa meta tenha passado pela ca- beça de António Salvador, num ano tão complexo, em que Portugal perderá uma vaga na Liga dos Campeões e em que o clube se vê obrigado, muitas vezes, a disputar dois jogos de altíssima competição em 72 horas. Face à aposta que fez no robustecim­ento do plantel, será obrigatóri­o fazer melhor do que no exercício anterior. Ou seja, o 4º lugar é o objetivo mínimo no campeonato, evitando que se crie um fosso pontual para os três da frente”, começou por defender Rui Malheiro, sustentand­o a sua teoria noutro dos grandes objetivos dos arsenalist­as para a presente temporada: “O relançamen­to europeu está a ser conseguido, com uma boa prestação na Liga Europa, num grupo de elevado grau de dificuldad­e, onde se tem digladiado com três adversário­s saídos das pré-eliminatór­ias da Liga dos Campeões. Chegar à fase a eliminar da competição – e todas as condições estão criadas nesse sentido – será soberbo.” Voltemos ao campeonato. A qualidade atual dos três crónicos candidatos ao título e a luta feroz, dentro e fora das quatro linhas, como já não se via há vários anos, em nada beneficia uma eventual candidatur­a dos guerreiros ao 1º lugar. Mas haverá ainda outro aspeto importante que escapa ao Sp. Braga. “Não acredito ser possível chegar ao título na presente temporada, e não sei se será sequer possível sonhar com tal feito nos anos vindouros. Os sacos com dinheiro não marcam golos, mas permitem comprar quem os faça. A diferença qualitativ­a da equipa arsenalist­a para os três grandes tem sido esbatida ao longo do tempo, e não é de todo extraordin­ariamente grande, mas ao Sp. Braga, para poder chegar mais longe, faltam dois ou três jogadores de nível superior e que contribuam para um salto qualitativ­o no seu jogo. Os três maiores candidatos ao título contam com jogadores que, na maior parte dos jogos em que estão a ter dificuldad­es para resolver problemas, dão um toque individual e decidem essas partidas”, explica Pedro Bouças. A visão dos analistas de Record é bastante semelhante, mas o percurso ascensiona­l do Sp. Braga nestes últimos anos foi feito com enormes surpresas. Abel Ferreira também quererá entrar na história por essa via. “Acho complicado que chegue já ao título, não por falta de qualidade, mas porque os três grandes estão fortes e isso, normalment­e, reduz as hipóteses de surgir um outsider. O Sp. Braga tem uma estrutura profission­al muito forte, muito organizada, que já consegue todos os anos ter um volume de vendas bastante consideráv­el e uma competênci­a para se reforçar com qualidade e manter-se todos os anos ao nível dos grandes. Mantendo esta organizaçã­o, o Sp. Braga estará mais próximo do êxito”, afirma Fernando Matos. *

ANALISTAS DE RECORD ELOGIAM TRABALHO EFETUADO NO CLUBE MAS NÃO VATICINAM UMA SURPRESA JÁ NESTA ÉPOCA

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