“GUERRA ENTRE CLUBE E SAD NÃO AJUDA”
O capitão do Belenenses, de 26 anos, sente-se confortável a jogar em qualquer sistema e garante que o bom arranque na Liga não surpreende. Ao contrário da hipótese levantada de o clube disputar o Campeonato de Portugal
“O RESTELO TEM SIDO A NOSSA FORTALEZA E É MUITO IMPORTANTE FAZERMOS BONS JOGOS AQUI”
Belenenses ocupa o 7.º lugar com 16 pontos. Está surpreendido com este arranque de campeonato? GONÇALO SILVA – Nada disso! Para nós não há surpresa nenhuma. O míster veio na época passada para conhecer o grupo e trabalharmos da melhor forma para entrarmos fortes no campeonato. Não há surpresa nenhuma, porque durante a pré-época adquirimos as ideias do técnico e estamos bem porque temos trabalho bastante. Não começámos a temporada da melhor forma, é certo, mas temos vindo a melhorar e não é surpresa nenhuma. Ainda não perderam no Restelo. O sucesso passa por aí?
GS – Sim, sem dúvida. Para uma equipa fazer um campeonato estável são bastante importantes os jogos em casa. O Restelo tem sido a nossa fortaleza e é muito importante fazermos bons jogos aqui. Isso depois vai refletir-se na nossa classificação, como tem acontecido até agora.
Depois da viagem ao Dragão as próximas deslocações do Belenenses não são nada fáceis: Alva-
lade e Braga. Também por isso, continuar a vencer em casa tornase ainda mais obrigatório? GS – Sim, claramente. Temos feito um excelente campeonato em casa e é sempre importante que isso aconteça. Sabemos que vamos ter deslocações difíceis, mas em Santa Maria da Feira também era complicado e saímos com os 3 pontos. Esse jogo frente ao Feirense onde venceram por 4-1...
GS – Sabíamos que ia ser um jogo complicado. Todas as equipas que vão jogar lá têm dificuldades. Vimos o Sporting que foi lá e teve dificuldades. Fomos com a estratégia que o míster planeou e estava bem definida. Sabíamos bem aquilo que tínhamos de fazer. Acho que a diferença esteve na nossa eficácia e apanhámos o Feirense desprevenido nos momentos certos.
Esta época têm mudado muitas vezes de tática, o que não acontece normalmente nas equipas. Como defesa-central está adaptado a todos os cenários? GS – Nos treinos trabalhamos todos os sistemas: o 3x5x2, o 4x4x2 e o 4x3x3. O míster passa-nos várias táticas para quando chegamos ao jogo estarmos identificados com todas elas. Sinto-me bem a jogar em qualquer uma delas.
Nos últimos tempos tem-se falado mais da ‘guerra’ entre SAD e clube do que da equipa. Este desentendimento afeta o balneário? GS – Se eu dissesse que não afeta iria estar a mentir. Faz parte do nosso dia a dia. É normal sentirmos. A guerra entre clube e SAD não ajuda em nada o crescimento do clube. Temos de estar unidos e a remar para o mesmo lado. Seria mais benéfico para todos, jogadores e dirigentes, iria ser mais fácil...
A equipa deseja que tudo se resolva rapidamente…
GS – Só tínhamos a ganhar com isso. O presidente da SAD, Rui Pedro Soares, tem feito um trabalho excecional. Não nos tem faltado absolutamente nada. Claro que se houvesse essa união e ajuda entre todos, tenho a certeza de que tudo seria mais fácil para nós. Tenho esperança que em breve se resolva, mas não sei como.
Como viu as declarações do presidente do clube, Patrick Morais de Carvalho, emrelação à possibilidade de o Belenenses jogar no Campeonato de Portugal?
GS – É impensável ver um clube como o Belenenses a disputar o Campeonato Portugal. Pelo menos para mim... *