Record (Portugal)

“GUERRA ENTRE CLUBE E SAD NÃO AJUDA”

O capitão do Belenenses, de 26 anos, sente-se confortáve­l a jogar em qualquer sistema e garante que o bom arranque na Liga não surpreende. Ao contrário da hipótese levantada de o clube disputar o Campeonato de Portugal

- TEXTOS ANDRÉ FERREIRA FOTO LUÍS NEVES

“O RESTELO TEM SIDO A NOSSA FORTALEZA E É MUITO IMPORTANTE FAZERMOS BONS JOGOS AQUI”

Belenenses ocupa o 7.º lugar com 16 pontos. Está surpreendi­do com este arranque de campeonato? GONÇALO SILVA – Nada disso! Para nós não há surpresa nenhuma. O míster veio na época passada para conhecer o grupo e trabalharm­os da melhor forma para entrarmos fortes no campeonato. Não há surpresa nenhuma, porque durante a pré-época adquirimos as ideias do técnico e estamos bem porque temos trabalho bastante. Não começámos a temporada da melhor forma, é certo, mas temos vindo a melhorar e não é surpresa nenhuma. Ainda não perderam no Restelo. O sucesso passa por aí?

GS – Sim, sem dúvida. Para uma equipa fazer um campeonato estável são bastante importante­s os jogos em casa. O Restelo tem sido a nossa fortaleza e é muito importante fazermos bons jogos aqui. Isso depois vai refletir-se na nossa classifica­ção, como tem acontecido até agora.

Depois da viagem ao Dragão as próximas deslocaçõe­s do Belenenses não são nada fáceis: Alva-

lade e Braga. Também por isso, continuar a vencer em casa tornase ainda mais obrigatóri­o? GS – Sim, claramente. Temos feito um excelente campeonato em casa e é sempre importante que isso aconteça. Sabemos que vamos ter deslocaçõe­s difíceis, mas em Santa Maria da Feira também era complicado e saímos com os 3 pontos. Esse jogo frente ao Feirense onde venceram por 4-1...

GS – Sabíamos que ia ser um jogo complicado. Todas as equipas que vão jogar lá têm dificuldad­es. Vimos o Sporting que foi lá e teve dificuldad­es. Fomos com a estratégia que o míster planeou e estava bem definida. Sabíamos bem aquilo que tínhamos de fazer. Acho que a diferença esteve na nossa eficácia e apanhámos o Feirense despreveni­do nos momentos certos.

Esta época têm mudado muitas vezes de tática, o que não acontece normalment­e nas equipas. Como defesa-central está adaptado a todos os cenários? GS – Nos treinos trabalhamo­s todos os sistemas: o 3x5x2, o 4x4x2 e o 4x3x3. O míster passa-nos várias táticas para quando chegamos ao jogo estarmos identifica­dos com todas elas. Sinto-me bem a jogar em qualquer uma delas.

Nos últimos tempos tem-se falado mais da ‘guerra’ entre SAD e clube do que da equipa. Este desentendi­mento afeta o balneário? GS – Se eu dissesse que não afeta iria estar a mentir. Faz parte do nosso dia a dia. É normal sentirmos. A guerra entre clube e SAD não ajuda em nada o cresciment­o do clube. Temos de estar unidos e a remar para o mesmo lado. Seria mais benéfico para todos, jogadores e dirigentes, iria ser mais fácil...

A equipa deseja que tudo se resolva rapidament­e…

GS – Só tínhamos a ganhar com isso. O presidente da SAD, Rui Pedro Soares, tem feito um trabalho excecional. Não nos tem faltado absolutame­nte nada. Claro que se houvesse essa união e ajuda entre todos, tenho a certeza de que tudo seria mais fácil para nós. Tenho esperança que em breve se resolva, mas não sei como.

Como viu as declaraçõe­s do presidente do clube, Patrick Morais de Carvalho, emrelação à possibilid­ade de o Belenenses jogar no Campeonato de Portugal?

GS – É impensável ver um clube como o Belenenses a disputar o Campeonato Portugal. Pelo menos para mim... *

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GONÇALO SILVA

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