Record (Portugal)

JOÃ O NET T O

- DANIEL MONTEIRO

Português vai participar na maratona da Antártida, depois de já ter feito a do Pólo Norte

João Netto, de 51 anos, é empresário no ramo das telecomuni­cações e, há seis anos, começou a conjugar esta faceta profission­al com a de maratonist­a. É verdade que é amador mas parece ter um gosto especial em ‘bater o pé’ ao perigo e fazer frente às aventuras mais arrojadas. Depois de ter feito a Maratona do Pólo Norte, no passado mês de abril, João Netto prepara-se para ir até ao outro extremo do planeta – em pouco mais de seis meses – e participar na maratona da Antártida, que se realiza já na próxima sexta-feira. “Têm muitos pontos em comum. No Pólo Norte tive ursos polares perto do circuito mas aqui não terei esses problemas pois não há ali vida. Talvez esteja agora menos frio. Na Antártida deve rondar os 40 graus negativos e na outra chegou a atingir os -50. O problema será mesmo o vento que, em principio, será mais adverso. Mas são duas provas extremamen­te complexas”, começou por contar a Record, alertando para as restantes dificuldad­es. “Espero não quebrar fisicament­e mas o facto de corrermos tantos quilómetro­s sem vermos nada nem ninguém deve ser dos fatores mais preocupant­es, mas estou preparado”, assegurou.

“CORRER TANTOS QUILÓMETRO­S SEM VER NADA NEM NINGUÉM É O QUE MAIS ME PREOCUPA”, CONFESSA

Treino ao frio

Os 55 atletas que participam na ‘Antartic Ice Marathon’ terão de percorrer duas voltas de 21 km (os tais 42 km da maratona) e, no fim de cada uma, poderão então ingerir bebidas quentes. Uma coisa é certa: de maratona só tem mesmo o nome e a própria distância da prova, porque este desafio tem as próprias nuances. “O esforço físico é imenso. A respiração está incrivelme­nte condiciona­da, temos de respirar com uns filtros na boca e no nariz. Outro inconvenie­nte será a questão da roupa. Se tivermos a mais, vamos transpirar e entramos em hipotremia. Temos de ter um meio termo”, destacou.

No que diz respeito à preparação... “Treino nas câmaras hiperbáric­as do Jamor, a 2.500m de altitude, mas também vou para as grandes superfície­s comerciais treinar nas câmaras frigorific­as. É importante para testar a roupa que vou usar, a respiração, todas essas componente­s”, disse, entre risos.

Pai de dois filhos - André e Mariana -, João Netto sente uma família “preocupada” mas “acostumada a estas aventuras”, não deixando de fazer pontaria a desafios futuros, dos quais há ainda um por cumprir. “Falta concluir o circuito ‘World Major Marathon’, onde tenho que participar nas seis maratonas mais complexas do mundo. Já fiz a de Nova Iorque, Londres, Berlim, Chicago e Tóquio. Resta Boston, que irei fazer em abril”, rematou.

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