“Vamos à procura da vitória”
INFERNO À ESPERA DOS DRAGÕES
“O resultado que poderá darnos a possibilidade de sermos já qualificados é a vitória. Por isso, vamos à procura da vitória...” Foi logo na resposta à primeira pergunta que Sérgio Conceição mostrou a coragem que o move e que tem contagiado a equipa do FC Porto. Mesmo admitindo que do outro lado estará “o melhor Besiktas dos últimos anos”, o treinador portista, de 43 anos, convidou o medo a desviar-se do caminho azul e branco.
“Gosto de ambientes quentes, ambientes onde sinta a paixão dos adeptos e nós estamos habituados a isso, porque o nosso ambiente no Dragão também limita muito a ação dos adversários. Mas faz parte daquilo que é a nossa profissão, temos de lidar com isso. Prefiro ter um estádio cheio e a puxar nem que seja pelo adversário do que ter um estádio vazio”, afirmou, já depois de ter identificado a “envolvência que os adeptos criam com esta equipa” do Besiktas como trunfo do rival. Todavia, a força das águias negras não se fica por aí e, de forma inédita, Sérgio Conceição até utilizou dados estatísticos para vincar a “força e capacidade” do adversário de hoje, lembrando que a equipa turca “ainda não perdeu nesta fase de grupos” e que tem apenas “uma derrota nos 38 jogos” que disputou no Vodafone Park. “Eles têm uma equipa experiente, e a experiência numa competição como a Liga dos Campeões é sempre importante”, salientou, mas sem nunca referir se essa teoria também se aplica à baliza do FC Porto, onde mora uma das maiores dúvidas quanto ao onze que avançará hoje. José Sá parece o favorito para se manter no posto, mas o ressurgimento de Iker Casillas relança um duelo que promete tornar-se intenso. “Es- tamos precavidos para os pontos fortes do Besiktas, pode estar aí a base do nosso sucesso”, prosseguiu Sérgio Conceição sobre o duelo de hoje e já depois de colocar na balança o “respeito pelo adversário” e a solidez do conjunto que orienta.
O técnico, de resto, também falou do jogo da 1ª volta, que o Besiktas venceu no Dragão, por 3-1, destacando o segundo golo dos turcos, “no melhor momento do FC Porto” nessa partida, como decisivo para o desfecho. “Não estou a dizer que merecíamos ganhar, mas se calhar também não merecíamos perder. Foi um jogo importante para tirarmos algumas ilações...”, resumiu o treinador, afastando, por fim, a ideia de que essa derrota deixou o FC Porto mais preparado para o duelo de hoje: “Não procuramos motivação com situações como a que se passou frente ao Portimonense (n.d.r.: reviravolta nos descontos), tal como não precisávamos do jogo em casa frente ao Besiktas para darmos uma resposta diferente desta vez.” *
“PREFIRO TER UM ESTÁDIO CHEIO E A PUXAR NEM QUE SEJA PELO ADVERSÁRIO DO QUE TER UM ESTÁDIO VAZIO” “O BESIKTAS TEM EXPERIÊNCIA E ISSO NUMA PROVA COMO A LIGA DOS CAMPEÕES É SEMPRE MUITO IMPORTANTE” “NÃO PRECISÁVAMOS DO JOGO EM CASA FRENTE AO BESIKTAS PARA DARMOS UMA RESPOSTA DIFERENTE DESTA VEZ”