Record (Portugal)

GREVE GERAL

DENÚNCIA DO BENFICA FOI A GOTA DE ÁGUA PARA OS ÁRBITROS

- PEDRO GONÇALO PINTO E SÉRGIO KRITHINAS

PRÓXIMA JORNADA DA LIGA SEM JUÍZES DE 1ª CATEGORIA

PROGRAMA DA BTV FEZ COM QUE A CLASSE ALEGASSE FACTO DE “FORÇA MAIOR” E PEDISSE DISPENSA JÁ BRONCA À VISTA O CA DA FEDERAÇÃO SABIA DO DESCONTENT­AMENTO MAS AINDA TENTOU FAZER RECUAR OS JUIZES

Está montada mais uma confusão no futebol português. Os árbitros de 1ª categoria, bem como todos os assistente­s e estagiário­s, pediram dispensa dos jogos do próximo fim de semana, deixando o Conselho de Arbitragem (CA) sem ninguém para nomear para os nove encontros da 12ª jornada da Liga NOS e para os 10 da 14ª jornada da 2ª Liga. Todos alegaram falta de condições psicológic­as.

A medida, anunciada em primeira mão pela edição online de

Record, surge no seguimento das constantes suspeições levantadas pelos clubes, seja através de dirigentes ou funcionári­os, aos juízes. Perante declaraçõe­s de responsáve­is de FC Porto, que têm apontado os nomes de diversos árbitros como sendo “padres ao serviço do Benfica”, e do próprio clube da Luz, que ainda no último fim de semana associou a atuação de Artur Soares Dias no FC Porto-Portimonen­se ao Apito Dourado, os árbitros decidiram pedir dispensa. Seguindo o que está determinad­o no Regulament­o de Arbitragem da Liga, seria para daqui a 20 dias. Porém, sabe Record, as acusações feitas anteontem por responsáve­is da comunicaçã­o do Benfica contra os árbitros Luís Ferreira e Vítor Ferreira no programa ‘Chama Imensa’, da BTV, fizeram com que todos alegassem um “facto imprevisto e de força maior”, pedindo dispensa imediata, também nos termos do Regulament­o. O presidente do CA, José Fontelas Gomes, tinha consciênci­a de que algo assim poderia acontecer, pois sabe do descontent­amento dos juízes em relação ao clima atual. Ainda assim, o CA encetou alguns esforços para tentar fazer recuar os árbitros, algo que, até ao fim do dia, não tinha acontecido. Uma coisa é certa: o CA não poderá nomear árbitros de categoria inferior, pois está estabeleci­do que só os juízes C1 e C2 Elite (designados por estagiário­s) são do quadro afeto às competiçõe­s profission­ais. Por isso, também poderá não haver vídeo-árbitro nesta jornada.

Fim da suspeição

As reivindica­ções dos árbitros não são muito diferentes das que já os tinham levado a anunciar a intenção de pedir dispensa para os jogos da Taça CTT de dezembro, da qual recuaram depois do entendimen- to entre o presidente da Liga, Pedro Proença, e Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF). No fundo, os juízes pretendem que os clubes se comprometa­m a parar com as suspeitas que têm lançado sobre os árbitros, colocando em causa a sua honesti- dade. Os árbitros admitem que podem ser criticados e que as decisões que tomam dentro de campo podem ser discutidas. No entanto, não aceitam que os clubes continuem a insinuar que estão ao serviço de clube A ou B. Outra das exigências que os árbitros fazem é que as propostas que apresentam para as alterações ao Regulament­o Disciplina­r, e que têm a ver com agravament­o de penas para os clubes que atacarem os árbitros, sejam aceites pelos clubes já na próxima temporada. *

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