GREVE GERAL
DENÚNCIA DO BENFICA FOI A GOTA DE ÁGUA PARA OS ÁRBITROS
PRÓXIMA JORNADA DA LIGA SEM JUÍZES DE 1ª CATEGORIA
PROGRAMA DA BTV FEZ COM QUE A CLASSE ALEGASSE FACTO DE “FORÇA MAIOR” E PEDISSE DISPENSA JÁ BRONCA À VISTA O CA DA FEDERAÇÃO SABIA DO DESCONTENTAMENTO MAS AINDA TENTOU FAZER RECUAR OS JUIZES
Está montada mais uma confusão no futebol português. Os árbitros de 1ª categoria, bem como todos os assistentes e estagiários, pediram dispensa dos jogos do próximo fim de semana, deixando o Conselho de Arbitragem (CA) sem ninguém para nomear para os nove encontros da 12ª jornada da Liga NOS e para os 10 da 14ª jornada da 2ª Liga. Todos alegaram falta de condições psicológicas.
A medida, anunciada em primeira mão pela edição online de
Record, surge no seguimento das constantes suspeições levantadas pelos clubes, seja através de dirigentes ou funcionários, aos juízes. Perante declarações de responsáveis de FC Porto, que têm apontado os nomes de diversos árbitros como sendo “padres ao serviço do Benfica”, e do próprio clube da Luz, que ainda no último fim de semana associou a atuação de Artur Soares Dias no FC Porto-Portimonense ao Apito Dourado, os árbitros decidiram pedir dispensa. Seguindo o que está determinado no Regulamento de Arbitragem da Liga, seria para daqui a 20 dias. Porém, sabe Record, as acusações feitas anteontem por responsáveis da comunicação do Benfica contra os árbitros Luís Ferreira e Vítor Ferreira no programa ‘Chama Imensa’, da BTV, fizeram com que todos alegassem um “facto imprevisto e de força maior”, pedindo dispensa imediata, também nos termos do Regulamento. O presidente do CA, José Fontelas Gomes, tinha consciência de que algo assim poderia acontecer, pois sabe do descontentamento dos juízes em relação ao clima atual. Ainda assim, o CA encetou alguns esforços para tentar fazer recuar os árbitros, algo que, até ao fim do dia, não tinha acontecido. Uma coisa é certa: o CA não poderá nomear árbitros de categoria inferior, pois está estabelecido que só os juízes C1 e C2 Elite (designados por estagiários) são do quadro afeto às competições profissionais. Por isso, também poderá não haver vídeo-árbitro nesta jornada.
Fim da suspeição
As reivindicações dos árbitros não são muito diferentes das que já os tinham levado a anunciar a intenção de pedir dispensa para os jogos da Taça CTT de dezembro, da qual recuaram depois do entendimen- to entre o presidente da Liga, Pedro Proença, e Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF). No fundo, os juízes pretendem que os clubes se comprometam a parar com as suspeitas que têm lançado sobre os árbitros, colocando em causa a sua honesti- dade. Os árbitros admitem que podem ser criticados e que as decisões que tomam dentro de campo podem ser discutidas. No entanto, não aceitam que os clubes continuem a insinuar que estão ao serviço de clube A ou B. Outra das exigências que os árbitros fazem é que as propostas que apresentam para as alterações ao Regulamento Disciplinar, e que têm a ver com agravamento de penas para os clubes que atacarem os árbitros, sejam aceites pelos clubes já na próxima temporada. *