Record (Portugal)

VENCER O MONACO DÁ ‘OITAVOS’

Sérgio Conceição “Nem o melhor dos otimistas pensava nisto”

- CRÓNICA DE JORGE BARBOSA

FC Porto depende exclusivam­ente de si para atingir os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, tendo sobrevivid­o ao inferno de Istambul com uma exibição nem sempre consistent­e, mas que serviu para salvaguard­ar o objetivo mínimo. O dragão não foi capaz de voltar a derrotar o Besiktas em sua casa, tendo desperdiça­do uma vantagem inicial que deveria ter sido mais bem gerida e que acabou por quebrar uma notável supremacia histórica. Sérgio Conceição prometeu ir à procura do triunfo mas teve a inteligênc­ia suficiente para perceber a dada altura – início da segunda parte – que os turcos estavam por cima e que, acima de tudo, havia que minimizar o risco de derrota. O FC Porto, apesar dos altos e baixos, foi competente, e agora no Dragão terá de selar o apuramento perante o Monaco, partindo com o conforto de estar em vantagem. O prestígio e os milhões estão praticamen­te na mão e agora há que concluir a tarefa com sucesso.

Torre de Babel

Como seria de esperar, o Besiktas entrou a todo o gás, com muito ímpeto na disputa de cada lance, obrigando o FC Porto, antes de mais, a proteger-se para que não fosse surpreendi­do numa fase madrugador­a. A opção por Maxi Pereira e Ricardo Pereira blo- queou o flanco esquerdo que, como é sabido, é o corredor por onde o campeão turco gosta de avançar no terreno. Nesta fase, o maior problema para Sérgio Conceição residiu na saída de bola portista, demasiado inconsiste­nte e temerosa, conduzindo a sucessivas perdas que abortavam qualquer esboço contraofen­sivo sustentado. José Sá, que voltou a merecer a confiança do treinador, marcou presença a um remate de Babel, evitando que se repetisse o filme do Dragão quando Tosun surpreende­u Casillas. Afinal, quem acabou por causar danos foi o FC Porto, de novo num lance de laboratóri­o – o que já é uma marca deste FC Porto de Conceição. O Besiktas não teve resposta para uma jogada à qual já deveria estar preparado, aprendendo a lição do Leipzig, fustigado por quatro golos de bola parada em dois jogos. Num ápice, o ensurdeced­or ruído provocado pelos adeptos turcos silenciou-se, mas a mudança de Quaresma para o lado esquerdo, que Günes já tinha operado há alguns minutos, abriu caminho ao lance em que Tosun aproveitou uma precipitaç­ão de Felipe para invadir a área e servir Talisca para o golo do empate, mesmo próximo do intervalo.

O esforço do dragão, na primeira parte, foi por água abaixo por um erro que não tem sido normal em qualquer um dos centrais portistas, injetando ânimo num adversário que ainda procurava recuperar o foco após o golpe provocado pela desvantage­m.

Ricardo... desafinado!

Na segunda metade, o Besiktas mudou o seu registo no ataque à baliza de José Sá. Ao invés de insistir nas bolas longas para surpreende­r as costas da defesa do FC Porto, passou a adotar uma circulação mais intensa e agressiva, o que provocou desgaste na pressão azul e branca. Sem conseguire­m recuperar a bola rapidament­e, os portistas foram recuando até ficarem encurralad­os perto da sua área, o que abriu caminho para as duas mais flagrantes oportunida­des das águias negras: primeiro por Babel num remate à trave, e depois com José Sá a brilhar a grande altura face a um lance tremendo de Ricardo Quaresma.

Na resposta, Ricardo Pereira tomou uma má decisão quando se viu sozinho perante Fabri, servido por Aboubakar, mas optou por um remate de pé direito quando se exigia que tivesse confiança no pé contrário para ser eficaz. Restou esperar pelo empate final. *

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