Record (Portugal)

O bom nome de milhões de adeptos

VIEIRAEVIT­OUDEITARFO­GUETES PELO ARQUIVAMEN­TO DOCASO CENTENO QUANDOMUIT­OLHE APETECERIA RESPONDERC­OM ESTAILIBAÇ­ÃO (NOCASODO MINISTRO) AOROL DE IMPUTAÇÕES COM QUE TERÁDE LIDARNOS PRÓXIMOS TEMPOS (NOCASODOJU­IZ)

- Leonor Pinhão Jornalista

O RESULTADO DO IMBRÓGLIO ENTRE COMPETÊNCI­AS É ESTE: MACACO, 1–LNEC, 0

Os benfiquist­as, entre os quais me incluo, não gostam de ver o nome do seu clube arrastado pelas tabernas modernas por suspeitas de comportame­ntos ilícitos dos seus dirigentes ou funcionári­os. O princípio jurídico da presunção de inocência é fraco bálsamo para quem se desgosta por amor com estes turbilhões tão dissolvent­es. Também haverá – e é assim em todos os clubes – adeptos do Benfica que se estão positivame­nte nas tintas para estes episódios e para quem o futebol, aqueles 90 minutos sagrados, é a única coisa que interessa e que faz vibrar. A um desses, por sinal uma excelente pessoa, ouvi a meio da semana o lamento sobre a “pouca sorte” que nos vem afligindo desde a lesão do Krovinovic até “ao cúmulo” de esta última ação do Ministério Público ter coincidido com o dia de fecho do mercado de inverno só para impedir o presidente de se dedicar a comprar ‘reforços’ como era preciso.

O presidente do Benfica de

morou 48 horas – muitas horas? – a produzir um comunicado defendendo o seu bom nome, que é o bom nome de milhões de adeptos, e evitando, avisadamen­te, deitar foguetes pelo arquivamen­to do caso Centeno quando, sem dúvida, muito lhe apeteceria responder com esta ilibação ultrarrápi­da do Ministério Público (no caso do ministro) ao rol de imputações com que terá de lidar nos próximos tempos (no caso do juiz). Cá estaremos todos para-o-queder-e-vier. E sem cair na tentação fútil de apontar o dedo aos históricos arguidos dos outros, como que à laia de consolação.

A Liga de Clubes tornou on

tem público que “em função do relatório favorável dado pelo LNEC, vai reabrir a bancada do Topo Norte do Estádio António Coimbra da Mota”. Só falta agora que a Liga de Clubes torne público o seu próprio relatório com a claríssima identifica­ção, como lhe compete, dos responsáve­is diretos que conduziram à injustific­ada invasão do campo do Estoril no intervalo do jogo com o FC Porto. Já lá vão mais de quinze dias de um caso que se resume em poucas palavras. Depois de ter sido pedido, por um cidadão anónimo, o reputadíss­imo parecer técnico do líder dos Super Dragões sobre estruturas de betão foi, então, tomada a decisão de invadir o campo e não reatar a partida quando o marcador apresentav­a os seguintes números: Estoril, 1 – FC Porto, 0. Trata-se de um resultado desportivo inesperado ainda que falte disputar uma parte do jogo. Já o resultado científico deste imbróglio entre competênci­as superenten­didas pela Liga de Clubes vai apresentan­do, para já, os seguintes e honrosos números: Macaco, 1 – LNEC, 0. E que ninguém espere outra coisa. “Mas porquê não dar 8, 10, 12 minutos de compensaçã­o”, perguntou o treinador do FC Porto aos jornalista­s no rescaldo do nulo de Moreira de Cónegos. Fez-se silêncio na sala. Não houve uma alma que respondess­e ao desafio de Sérgio Conceição com assertivid­ade, pundonor e exemplos práticos.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal