Record (Portugal)

De Rangel a Vieira

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A operação Lex é, acima de tudo, um ataque à dignidade da magistratu­ra. Percebemos, todos, que a PJ tinha fortes indícios que seriam suficiente­s para deter Rui Rangel e isso só não terá acontecido pela protecção que o artigo 16.º do Estatuto dos Magistrado­s Judiciais lhe conferiu. Mas isso não impediu que ele e Fátima Galante tivessem sido suspensos pelo Conselho Superior da Magistratu­ra. É preocupant­e para qualquer cidadão saber, através das notícias, que um juiz desembarga­dor possa ter recebido centenas de milhares de euros para, alegadamen­te, conduzir os processos para decisões judiciais favoráveis a quem lhe pagava. É um ataque à magistratu­ra e é, também, um ataque a todos nós.

Rui Rangel era oposição a Vieira, chegou a ser candidato à presidênci­a do Benfica e, também através de Fernando Tavares, que curiosamen­te tem um trajecto de oposição para posição (na Direcção ‘encarnada’), aproximou-se do presidente do Benfica. Se se confirmar a suspeita que Luís Filipe Vieira terá prometido a Rangel cargos remunerado­s no clube a troco de decisões favoráveis no âmbito de processos ‘particular­es’, é óbvio que o nome do Benfica se vê, igualmente, associado. E, nesse caso, confunde-se, claramente, o cidadão Luís Filipe Ferreira Vieira com o presidente do grande clube da Luz. Vieira estaria assim mais perto da demissão do que da perpetuaçã­o.

Não deixa de ser curioso,

também, neste processo, as ligações entre figuras que estão ou já estiveram no futebol… Afinal, que tipo de ‘escola’ é esta?!…

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