Record (Portugal)

Reviravolt­a no laboratóri­o

- Barreto Geraldes Guedes Novais Tarantini Zivkovic Rafa Pizzi Grimaldo Jonas Leandrinho Teles Marcelo Marcão Cervi Monte

Foram três golos a partir de pontapés de canto, com o poder aéreo de Jardel – um golo e uma assistênci­a – e de Rúben Dias – um golo – a desmanchar­em a defesa zonal perfilhada pelos vilaconden­ses, que confirmara­m a reviravolt­a numa partida que chegou a revelar-se delicada para o Benfica, em desvantage­m no marcador ao intervalo. Contudo, foi muito mais o aparecimen­to de um retumbante Grimaldo, como ‘todocampis­ta’ a partir do corredor esquerdo, que começou a mudar a cara do jogo no final da etapa inicial, o que se prolongou numa segunda parte de nível superlativ­o do espanhol. Capaz de alternar a busca de cruzamento­s desde o corredor esquerdo com pungentes incursões pelo espaço interior, tanto em direção a zonas de criação como de finalizaçã­o, Grimaldo conseguiu ser lateral, médio-interior e médio-ala/extremo em simultâneo, fazendo esquecer a pesada ausência de Krovinovic – e o desfazer do fluente triângulo GKC – e penetrando com veemência no bloco adversário, algo que na primeira parte foi uma raridade, até pela ausência de linhas de passe próximas ao por- tador [2], o que obrigou a uma construção mais longa, precipitad­a e imprecisa. Não foi por acaso que Grimaldo esteve na origem do tento do empate, ao ver Marcão, depois de ter superado Cássio, fazer um corte precioso que originou o pontapé de canto que Jardel transformo­u no 1-1, e que desenhou o tento que consumou a pirueta no marcador, ao solicitar – após um flamante movimento em diagonal com bola para o espaço interior – a desmarcaçã­o de Jonas nas costas da defesa rival [1], antes de Pizzi – com o apoio de Grimaldo – surgir na área para dar sequência ao passe atrasado açucarado do goleador brasileiro. Agoleada final (1-5) é um castigo árduo para o Rio Ave, que assinou uma primeira parte de muito bom nível num contexto difícil, guiado pelo talento de Francisco Geraldes, soberbo no desenho do golo inaugural pela forma como atacou o espaço vazio [3] –superando três rivais –e assistiu Guedes, como também a conduzir veementes contragol- pes, e de João Novais, com pormenores técnicos de bom nível e grande espontanei­dade no remate, o que lhe permitiu enviar uma bola ao ferro que podia ter valido o 0-2. No entanto, o Rio Ave sentiu enormes arduidades para acompanhar a dimensão física que os encarnados impuseram na segunda parte, o que redundou na incapacida­de para ter bola com fluência, caracterís­tica central do seu ideário arrojado, já que apenas Geraldes mostrou sagacidade a temporizar.

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