Dragão vence jogo no ar
Dragão assistiu a um jogo de enorme qualidade, com duas equipas extremamente competentes na sua organização. Alex Telles foi a grande figura da partida e a individualidade que desequilibrou as boas estruturas organizativas que se defrontaram. O pé esquerdo do brasileiro, uma vez mais, assemelhouse a uma luva tal a precisão com que a bola saiu do seu pé, para encontrar os colegas nas zonas de finalização.
Foi um Porto bem preparado em
O FC PORTO BENEFICIOU DA QUALIDADE DE ALEX TELLES MAS SOUBE CRIAR CONDIÇÕES PARA ELE APARECER NO JOGO
todos os momentos do jogo, a aproveitar quer as fragilidades adversárias, quer a potenciar as suas próprias forças.
Em ataque posicional, puxou Brahimi para dentro, e ofereceu o corredor esquerdo a Alex Telles. Atraiu adversários a um corredor e libertou as vezes necessárias a bola no brasileiro, que recebia a bola que vinha de dentro e, portanto, já de frente para a baliza adversária e com espaço para poder definir o cruzamento com mais qualidade [3]. Em suma, beneficiou da qualidade da sua individualidade, mas também soube criar condições para que Alex Telles aparecesse no jogo.
A forma como o FC Porto atacou as zonas de finalização foi também decisiva. Aos tradicionais avançados-centro, aproximou mais um elemento da linha média nas zonas de finalização quando a bola entrava no corredor lateral, aumentou superioridade numérica na grande área adversária e, com isso, aumentou as probabilidades de ser feliz na forma como delineou chegar à baliza adversária, tal como sucedeu no golo que inaugurou a partida [1]
Se durante os períodos em que mais precisou de fazer golos para se adiantar, tomou conta das rédeas do jogo, tal foi fortemente determinado pelo seu comportamento tático defensivo. Saiu para pressionar no meio campo ofensivo, condicionou as ligações bracarenses com a presença de Aboubakar e Marega a caírem sobre os cen- trais arsenalistas, enquanto Sérgio Oliveira se projetava para impedir uma possível saída em ataque bracarense pelo corredor central [2] e, dessa forma, conseguiu por longos períodos impedir a tradicional construção apoiada da equipa de Abel Ferreira. Retirou-lhe conforto, ganhou a bola nos momentos em que procurou ser mais efetivo ofensivamente, e chegou aos golos da forma como Sérgio Conceição tão bem prepara o FC Porto para marcar. Um jogo tático de nível elevadíssimo, para recordar mais tarde.