NÓS TAMBÉM VAMOS À COREIA
KequeyenLame Arthur Hanse partempara PyeongChangcommuitos sonhos nabagagem
Com pouca neve, escassas pistas de esqui e apenas uma de gelo (em Viseu) em todo o país, Portugal até pode não ter qualquer tradição nos desportos de inverno, mas em 2018 volta a contrariar a tendência e a fazer-se representar por dois atletas aos Jogos Olímpicos de PyeongChang, na Coreia do Sul, que arrancam já esta quinta-feira.
Ao Oriente, Portugal leva dois atletas que não nasceram cá, mas têm fortes ligações a Portugal: Arthur Hanse, um repetente do esqui alpino, e Kequeyen Lam, que se estreia em Jogos Olímpicos na modalidade de cross country. Hanse, neto de portugueses, 24 anos, nasceu em Paris, mas vive em Lyon, onde trabalha não só como padeiro mas também como treinador de esqui. Um dos seus sonhos é, precisamente, dar aulas no nosso país. “Gostava muito de me treinar em Portugal, quem sabe um dia... Estou muito ansioso pelos Jogos, pois ir a Sochi foi uma experiência inesquecível. Este ano estou mais maduro e vou com mais calma. Uma medalha seria um sonho, mas top 50 já era ótimo para mim”, confessou o atleta que vai competir em slalom e slalom gigante, onde o seu ídolo, Marcel Hirscher, é o grande favorito. “Ele é o melhor da história. Talvez lhe peça um autógrafo na Coreia.” Aos 38 anos, Kequeyen Lam leva para o outro lado do Mundo uma das histórias de vida mais impressionantes entre todos os atletas. Filho de pais chineses, emigrados no Vietname, nasceu em Macau (então território português), para onde os seus pais fugiram da guerra num barco sobrelotado. Com 3 meses de vida, mudou-se para o Canadá, onde se apaixonou pelos desportos de inverno. Começou pelo snowboard... mas acabou no cross country. “Tive de mudar de modalidade por causa de uma lesão no ombro. Em 2014 estive perto de me qualificar no snowboard e fazê-lo agora no cross country é incrível. É uma enorme emoção.” *