Record (Portugal)

Corda esticada

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Os 50 minutos de discurso de Bruno de Carvalho resumem-se de uma forma fácil: o presidente do Sporting não percebeu quanto teria ganho em não retirar ao Benfica e ao FC Porto o protagonis­mo negativo que tanto gozo estava a dar aos sportingui­stas. A crise que o líder dos leões decidiu abrir, num momento sensível da época, veio assim ocupar o espaço que estaria reservado para o follow up noticioso do caso que liga Luís Filipe Vieira ao juiz Rui Rangel e para as dúvidas on em levantadas sobre a entrada de dinheiros públicos no Porto Canal. Basta ver o que está hoje nas primeiras páginas dos jornais desportivo­s (e não só) e aquilo que se debateu ontem à noite nos estúdios de TV. Bruno de Carvalho desprezou todos os aspetos estratégic­os que o momento aconselhav­a e preferiu exigir um voto de confiança cega. Fê-lo, provavelme­nte, por entender que tem reais condições para atingir – até com alguma facilidade – os 75% de votos favoráveis que impôs para a assembleia geral de dia 17. À partida, o desafio tem tudo para correr bem. Mas… e se corre mal?

“Quando durmo tenho os três olhos fechados.” Entre tantos ‘vices’, adjuntos, diretores de comunicaçã­o, conselheir­os e assessores, prestará um inestimáve­l serviço ao Sporting Clube de Portugal o primeiro que conseguir explicar ao presidente que há coisas que não se podem dizer.

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