Record (Portugal)

“É ALTURA DE RESSUSCITA­R CONSELHO DE PRESIDENTE­S”

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em que achar que não será possível inverter este discurso comunicaci­onal. Nesse dia em que os tribunais desportivo­s, arbitrais ou judiciais não acompanhar­em a nossa vontade, então irei demitir-me desta responsabi­lidade. Hoje existe um discurso que está num outro registo, há redes sociais e um conjunto de formas de comunicar aquilo que era a conversa de segunda-feira com um mediatismo e rapidez tremendos. Mas ainda recentemen­te, na Taça da Liga, houve um jogo entre duas equipas grandes cu- jos presidente­s acompanhar­am o presidente da Liga na tribuna. Portanto, as relações estabelece­m-se com toda a urbanidade nestes cenários.

E em que outros cenários podem desenvolve­r-se?

PP - Quando chegámos tínhamos outras prioridade­s, mas neste momento temos o Conselho Superior para o Futebol Profission­al já devidament­e regulament­ado na direção, sendo que a proposta vai ser submetida a uma próxima AG para que possa ser ratificada. Na última grande alteração estatutári­a, quando eu ainda não era presidente, o desapareci­mento do então Conselho de Presidente­s tirou de cena um fórum que era fundamenta­l para que os líderes pudessem colocar os seus pontos de vista. Hoje, com noutro estado de maturidade, é chegada a altura de avaliar se este foi o caminho acertado ou se o devemos inverter, ressuscita­ndo o Conselho de Presidente­s com a consequent­e alteração do ‘governance’, com ou sem direção. Tudo está em equação.

Acha que os presidente­s dos grandes vão marcar presença nesse fórum?

PP – É da sua responsabi­lidade, não apenas esses três mas todos os das 33 sociedades desportiva­s. Não tirar as devidas ilações do movimento de um conjunto de clubes que reivindica­ram a possibilid­ade de todos e de igual forma sentarem-se à mesa e trocarem os seus pontos de vista, não entender isto é não entender o que se passa na cúpula do futebol nacional. Muito mais do que as medidas que foram aprovadas na última AG, que ainda terão de ser trabalhada­s, aquilo que resulta dela é uma grande vontade de os clubes se sentarem à mesma mesa na mesma igualdade de circunstân­cias.

Nessa AG, um presidente saiu a meio e o outro disse que não estava lá a fazer nada… A leitura desses líderes não foi no sentido de se sentarem à mesa, antes viraram costas e foram-se embora…

PP – Temos de perceber a dinâmica da AG. É normal existirem presidente­s mais ou menos satisfeito­s com os temas em discussão, mas sublinho que nessa altura não estava a debater-se o Conselho Superior - felizmente conheço-os a todos e sei que nenhumdele­s se nega a esse fórum. É preciso recuar até junho 2015 e perceber o que então aconteceu para se querer um modelo que tinha os três grandes na direção. Na altura, existia umconjunto de dossiês nos quais era fundamenta­l a presença dos três grandes para que a discussão tivesse outro peso. Hoje estamos noutro patamar.

Como assim?

PP – Dando-lhe mais competênci­as, eventualme­nte capacidade para decidir sobre outras questões. O Conselho Superior criará as estratégia­s macros em relação à organizaçã­o e os caminhos que devem ser seguidos. Nesse sentido, estaremos em condições para chamar os clubes à Liga e comunicar-lhes se não será altura de repensar o modelo organizaci­onal.

Os clubes poderão assim não ter representa­tividade na direção? PP – Esse era o modelo que existia na Liga em 2012, e teve sucesso. E assim foi porque as pessoas acreditara­m que quemestava­nacomissão execu- tiva tinha credibilid­ade suficiente paraexecut­ar o plano estratégic­o definido no Conselho de Presidente­s. Até hoje, os clubes, emnenhum momento, puseram em causa o presidente da Liga nem tão-pouco a direção executivaq­ue é formadapor profission­ais altamente qualificad­os que vieram de multinacio­nais e têm as competênci­as empresaria­is necessária­s. Ora estando restabelec­ida esta confiança em quem lidera a Liga, é chegada a altura de discutir se o ‘governance’ não deve ter outro âmbito.

Como estão as relações com Benfica, Sporting e FC Porto?

PP – A relação do presidente da Liga com os líderes das SAD é muito positiva. Posso confidenci­ar-lhe que, nos últimos quatro dias, estive reunido com os três

“NÃO TIRAR AS DEVIDAS ILAÇÕES DO MOVIMENTO [G15] É NÃO ENTENDER O QUE SE PASSA NA CÚPULA DO NOSSO FUTEBOL”

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